sábado, 4 de maio de 2024

The branch and the blow

The stick was not there.

The storm or a kid moved it away.

Or a slightly wind.

Or maybe all the effects altogether.

Or I forgot in which tree and each branch.

Or I missed the park.

Or even the park never existed in the first place.

All was part of my obsessive way to build, some kind of meaning out of this deaf society.

Something to grasp in the middle of the storm.

Something to stick while everything is vanishing slowly in the grains of time.

The grip slowly fades.. the twig once part of a tree sets its own path.. then a toy in a dream... now a shapeless memory transmuted in words.

sexta-feira, 22 de março de 2024

A poem to pisces

A piece
Drifting
Peacefully
Over the abyss

The Pacific
Suspends
The mirror
Of the whole

Gently sliding
Falling Away
Into darkness
Entropy

In depth
Lurking
Weird fishes
Hungry for flesh.

The branch and the boy

 There's no much pleasure

In these days.

But yet I left a stick on a top of a tree

In a park.

Got there again, 3 weeks after

And there it was.

A special stick, an immaginary magical wand,

The sharpest mythological sword,

The scythe of a god.

A branch from a tree.

Dettached and disguised in its own.

Hiding in the clearest and sober place

A naked tree in the middle of the park

In the center of the obvious chaos.

There it was again.

My gift to myself

My selfless self embodied in

A 4 year old boy.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

Lobo branco

Nessa ilha,

Conheci um senhor chinês.

Educado, simples e com um profundo cheiro de fumo. Pensei o quanto aquele homem já contemplou a sua própria solidão enquanto fumava seu cigarro. Sem filtro suponho.

Depois de um breve silêncio, ele compartilhou a tela do seu celular - a tradução do que queria me dizer. 

Sim, meus filhos gostam de cachorro. - respondi em inglês.

Ele buscou então seu "Angel". Não saberia dizer a raça pois não sei nada de cachorros. Mas pra mim, um lobo branco, dócil e doce que uivava quando não via seu dono.

Seu dono, o senhor chinês, vivia 15 anos em um país que não o entendia.

Seu cão passou 15 min sozinho no carro. Uivando em vão. 

No fundo, eles nunca se entenderam. No entanto, não podem viver um sem o outro.


segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Fractal

Revisitar é uma arte impiedosa.

E o céu azul, completamente azul, também é aterrador.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

É big é big

7.8 bilhões

De umbigos

Cantando parabéns

"Feliz 13.8 bilhões de anos,

Queridos átomos"


segunda-feira, 3 de abril de 2023

Tratado contra a máquina

Eu paro e me deparo

Com a reminiscência.

Sou feito de sua ciência.

Meu futuro é um anteparo

Que paira sobre a consciência.

E toda semântica que me forjou,

É uma rima ou um remo pra onde vou.

Uma palavra, um centímetro, um algoritmo a mais.

Mas eu deixo migalhas por onde passo.

Reminiscências perdidas, 

Lágrimas na chuva,

Irreplicáveis.


Eu paro e me deparo

Que a hermenêutica máxima, a prepotência

É incapaz de lidar com o despropósito.

Sou, acima se tudo, o vazio que não percebi e a fantástica potência que ousei deixar pelo caminho..

Sou acima de tudo, ignorante, incapaz e incompleto apesar de nunca artificial.




   

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Oportuno

Abriu-se ela,

A brecha

E por ela foi

Quase sem caber

E como não sabia

O que havia

Se viu seguindo

Por osmose 

Todo espaço raso

Fez profundo

E em cada segundo

Um infinito

O primeiro

E o segundo

E cego seguiu

Atravessando

Até que não sobrasse

O que saber

Seguindo o fio

E restasse apenas

O que já sabia

O abraço óbvio

Da claustrofobia.




sábado, 24 de setembro de 2022

Sinal verde

A procissão de carros

E o retorcido aço

O zumbido da ambulância

O ambulante 

Sob o indiferente sinal

Corpos abraçados

Desfigurados

E um menor abandonado

O biscoito é 1 real

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Comunhão

Na escuridão completa,


Ouço sons insondáveis,

Impossíveis, 

O som da sobrevivência

Sapos férteis,

Insetos sibilantes,

Presas livres

Pássaros a espreita,

Seres primos,

E plantas à esperança da luz.


Eu olho as estrelas

Há anos-luz.

Assisto ao passado,

Astros primos.


Na escuridão,

Em plena comunhão

O céu e o abismo.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

Reflexo

Aceito todos os cookies.

Despido sobre a vigilância dos robôs

E suas taras numéricas exponenciais, 

emulo alguém inexorável.

Sigo em plena competição com a esfinge.

Limito-me a ser, apenas o possível, um paradoxo possível:

Um cookie envenenado.


Melhores



Miragens,

Milhares delas espalhadas

Pelas memórias

Pelas melhores memórias

As mulheres

Pelas melhores mulheres

Os milésimos

Os melhores milésimos

Momentos mínimos

No entanto, os melhores

E contudo, miragens.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Ode ao sibemol

Nos intervalos,
O vôo do silêncio
Paira, 
Implacável

E quando o som
Assume a forma
Disforme de um tom,
A fúria

Revela-se
Na leveza
A beleza
Resvala
Com a frieza

E tudo
Torna-se 
um sibemol
Magno e mole
Como o fluido
Formador
Que escorre de você.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Diálogos #1

 - Eu queria voltar ao fim da nossa conversa. Sinto que se eu perder esse fio vou ficar perdido no labirinto que trilhamos até aqui.

- Você sempre romantizando, fazendo algum tipo de metáfora.. trocadilho..

- Como assim? 

- Fio.. labirinto…

- Ah sim.. alguma força subliminar que me faz te projetar como um minotauro. Singular, bruto, e absolutamente isolado, incompreensível..

- É assim que você me vê?

- Não sei.. acho que isso que de alguma forma bizarra, essas minhas referências acabam me trazendo.

- Isso não seria só algum tipo de apropriação pra reforçar aquilo que sempre no final do dia você tem sobre si mesmo.. sempre se vendo como algum tipo de herói.

- Não acho que faz sentido.. eu não me vejo assim. Herói?

- Você é daquele tipo de que se desconecta da própria providência.. sempre tentando.. colocando os outros, o mundo como um obstáculo a ser vencido.. sendo protagonista, mas sem nunca se autoanalisar, um herói bem típico.

- Já vi que perdemos o fio..

- Pode ser.. eu pago a conta dessa vez.

- Já quer ir embora?

- A gente não acabou de acabar?

- Eu acho que a gente só está começando..

- Meu deus…

- Pensa nisso que você disse.. como a gente de alguma forma, tendo uma DR.. 

(- Mais uma DR!)

-... tentando resolver o nosso relacionamento, ou sobreviver apesar dele, a gente não acaba entrando no abismo da filosofia humana.. da razão.. do sentido de todas as coisas universais.

- Aonde que eu disse isso?

- Você sempre se faz de bruto, mas sempre manda essas indiretas bem sentimentais..

- Como assim?

- Vem falar que eu romantizo, e me chama de herói trágico, um narcisista..

- Porque é isso que você parece sempre se apresentar.. sem nem se dar conta.

- Pode ser.. mas aí quem está romantizando é você.. se fazendo de tragédia, ou do silêncio dos astros.. desse muro que não deixa nem ser pintado ou pichado de qualquer coisa..

- Você pode me pintar do que quiser.. não ligo pra isso.

- É claro que liga. Aliás, essa é a razão primordial da gente estar nessa DR. Talvez o amor seja esse impulso de pintar e se deixar pintar constantemente..

- Talvez a gente esteja nessa DR porque você acha que existe algum sentido em continuar tentando.. buscar algum tipo de reação do silêncio constante.. achar que algum dia alguém vai derrotar o minotauro.. ou ainda achar que existe algum minotauro quando na verdade todos morreram tentando sair do labirinto. Talvez você devesse amar as pessoas como elas são..

- Pode ser.. fiquei pensando aqui em qual frase eu picharia na sua testa se você fosse um muro... "só Jesus expulsa demônios das pessoas"... Vamos voltar daonde terminamos? Prometo que não vão ter trocadilhos dessa vez..

- Jesus...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

4%

Infecto o fato com meus delírios
Ao ponto de perder qualquer conexão com a realidade
Sigo acreditando porém que viver em sociedade é um exercício constante de lembrarmos-nos da necessidade do dever -> julga-se o ato, nunca o ator. seguimos todos indecentemente inocentes, repletos de culpa no cartório.