domingo, 11 de março de 2012

O murro

Ouço
O cheiro
da boca
Tua

Eu te sinto
Oca
Decá

Doutro
lado
Mudo
do mundo

O tato
Ecoa
na Dianteira
distante do fato

Que sou
Sobre
natural
mente
Capaz

de ouvir
O cheiro
da
Tua boca
do outro
lado do muro

do lado do Outro
oMundo

Eu urro
O cheiro
da tua boca

Eu lambo
A música
Datua pele

Ea sede
Que me impele
A beber a tua voz
Da foz
Inebriante
do tempo

Um brinde
E um beijo

nas bochechas
Virtuais
do rosto

Da derme
De vento

Do perfume
Ao osso.

domingo, 4 de março de 2012

O beijo em breu

Dessas inconsequências
De causas perdidas
Encontrei-me dois
No acaso de um lábio

E quando a ribalta sem cor
Na altura casual da dor
Precipitava-me inerte
Com braços abertos

Vi luzir o fim
Como um poente ameno
De cirrus carmim

E no devir dos outros dias
Tua nuca andará por aí
Em outros corpos

E por outros copos
Proclamarei filosofias
Em outros bares pardos de você

Assim os fatos sucederão recessivos
Até que nos esqueçam
Ou que esqueçamos uns aos outros
Na imemorável dança do universo.