segunda-feira, 25 de junho de 2012

Cadeia de carbono

Números não alimentam
Filosofias não alimentam
Poesias não alimentam

Qual o teu fòlego,
Etiópia
?


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Q


Nos confins
O âmago amargo
À fronteira
A arte inarticulada

Nada escapa
Ao não ser.

Q

domingo, 10 de junho de 2012

Domíngua

A escala das sinas

A encruzilhada,
a esquina
ululante às ruas
que se cortam

-suicidas!

O estado natural domingo

míngua água rarefeita nuvem-
Suspensa,  alheia
à urbe-
insustenta-se
fel
Areia

o desaguar débil
desigual

o vazio dominical

Oh chuva que acarece e inverno
amenidade do Rio
Borradas luzes da Central

molhada

A noite cinza
Conseguinte imune
Com

sequência insone

Da segunda solar
Aterradora
Quando a margem vai ao centro

E quando tudo se esgota
Quando deveria começar

E todos inconscientes
Rezam baixo
pra que a vaga livre nos transborde
aos subterraneos aprazíveis de cad'alma

tornemo-nos pois relíquias de um aúreo tempo
ao invés do perecível da rotina mutilante








segunda-feira, 4 de junho de 2012

Guerra suja

Na cova raza das bochechas
Um genocídio de mim /
Padeci ao insinuar-te nua
A escuridão dos olhos

Proponho o cessar fogo
Depois deste cigarro, é claro
Antes que o garrote
Me sobre como alternativa

A minha pátria já é sua
Meu lábaro já é seu
Hasteio-te com ufanismo
Pelos os anais da tua história

Irreversível


Teu nome é um verbete parnasiano
Na prosa podre do mundo

Uma ilha na ressaca universal
O presente no atraso do tempo

O cruel é saber
E não ter como salvar

Fatalmente lutar
Contra o rio imperdoável

Ainda que sobrem na margem
Fragmentos de esperança

Não restam mais lugares
Nem sequer a lembrança

Guardo-te a perfeição
No esquecimento.