sexta-feira, 21 de abril de 2017

Nubilo

Acorda.. acorda! Acorda!!
O dia está bonito.. como fazia não estava.
Não estava com fome, e geralmente acordava apenas com sede.
Espreguiçou o dia como se pudesse estalar o corpo feito um tronco crescendo
Uma linha de pó como um rio
Transposto para dar de beber a quem cultua a chuva feito o deus que nunca volta
(Deuses não existem, mas tem cheiro)
Talvez pudesse voltar a dormir
Talvez o dia no sonho pudesse ser ainda mais incrível
Talvez o crível já não interessasse mais
Os dias cinzas são tão regulares
E, no fundo, a regularidade é um sistema fechado em si mesmo
A plenitude verdadeira era o dia cinza em sua pura potência
Essa força latejante de quando nos damos conta
De quando estamos mortos tanto quanto a estrela vibrante
E o pulso na veia é o mesmo da nuvem e da seiva
E a língua seca feito o solo
Que suspira pedindo pelo seu despertar
De perto, de perto mesmo,
O ódio é o amor
E a morte é a vida
O dia cinza raiou com todo o desprezo
Quão irreparável revelação
Nessa revolução imanente do sexo
E o plexo inexorável do verso
O cinza sendo a própria escuridão brilhante
Sendo ela dormindo
Sob o manto ensurdecedor do universo
E seu silêncio cinza

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Dialogo

Estamos aqui para a evolução, ela disse.

- Estamos aqui pelo movimento.