domingo, 28 de agosto de 2016

Natureza morta

Ver
Ver-me
Cada verme
Em meu nervo
Que me vê
Como uma cadáver
Sobre a derme
Que me despe
Deste espelho
Revirado
Pelos poros
Se alimenta
Do vazio
Que me forma
E me torna
E me revira
Vivo ou morto
Ao ver-me verme
E ser-me solto
Pela terra
Que fecundo
Com meu corpo

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Trás-os-montes

A cabeça lateja ao travesseiro.

Torno-me o rio que meu avô ancestral mergulhou naquela noite de calor e festa.

Só o rio em mim me lembra.

Não sei seu nome, mas sinto sua correnteza..

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Olho a mim

Olho a mim
Como outro
Com outro
Olho a mim
Como a mim
Olho outro
Meu outro
Olho como
Como outro
Que me olha
Outro outro
Olho o olho
Como a mim.