domingo, 11 de dezembro de 2016

Parque de digressões

Ewvae
Mulher
Queria escrever a poesia
Menos piegas pra que chamasse de bilhete
Mais profunda que teu filme preferido
Quero escrever aqui
A tua curva doce
O teu erro crasso
No ar
O aço
Queria aqui desenhar o teu caminho
No espaço
Apostar a ficha
Nesta garra metálica vacilante
Contra esse mar de pelúcias insondáveis

Manifesto indionoizístico

O que nos une é a antropofagia.
O que nos difere é a fome.
Pau Brasil embrasado.
Vermelho na conta ou no sangue.
Bathory bafomé, a tronca fuma eletrônica.
Vida eterna facebook
Muco soco suco
Juros de amor

7 a 1 é oco.
Verd'amarelo pica pau
oligarca orca paca.

Sóbrio bonde intelectual que nunca foi num terrero.
Um novo orixá acaba de nascer.
O folclore do futuro reaça senta praça no petismo
Pmismo cededebismo coca sincretismo.

A sopa ta esquentando
Racismo pacifismo estrabismo
Canja e prudência não fazem mal a ninguém
à brasileira:
Menu principal.
Chupa pomba gira preto velho tambem tem pau

Santo darwin oswald
Já vai tarde science
Um tiro na intelectualidade
Urubus alados também viram carniça

O nóize é total
Sexo drogas espacial
Exu oxóssi boto guará lobotomia
Tudo corre o tempo à rodo
Tudo escorre pela pia.

Via Láctea (em português),
88 circunscrições solares desde o manifesto antropófago.
um grande FODA-SE neon pisca na viela do universo.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Reza

O poeta morre em toda poesia
A podre poesia a qual floresce
Sóbria a que suspende o corpo
Podre do poeta morto e escreve
Entre a densa fumaça torpe do
Que chamam de verdade este
Aroma que ilumina a melodia
Deste dia incorporado poesia
Do poeta sublimado destilado
Pelo pólen das palavras mudas
Os versos dispersos no vento

Que atravessam-nos os olhos

Que é a boca suja do poeta
E é o seu canto é o timbre das
Coisas podres pluripotentes
De flores que exalam o cheiro
Doce em decomposição do
Corpo do poeta-poesia pelo
Qual lemos o mundo tal qual
Velamos o morto em palavras
Belas das quais desconhecemos
Mas que cantamos pois poetas
A elas nos ensinaram
(sem nos explicar.)