domingo, 22 de julho de 2012

Dialética incendiária

Propagar o germe em meio as propagandas propaladas
Diante dos assépticos foros da formalidade, defecar-se
Sem pudor disseminar a dor pelos castelos anestésicos
E servir de alimento aos porcos podres orquídeas raras

Publicar no teu púbis o poema mais baixo, metaforizado
Profeticamente no aborto metamórfico do teu orgasmo
E das estruturas mais sólidas de tuas convicções, sentir
A morte nascer de tua alma como a lótus brotar da lama.



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Cor

Ha um éter hipóteses não conjuradas que transcrevem o Se.
E se as hipoteses são também fatos não conjurados, faz-se de materia escura o sonho.
E o sono que antecede o sonho sonha um sonho calmo.
O pesar das pálpebras e o bocejo são reais.
Os calos e o cansaço são reais.
Verte material o insumo dos sonhos.
E da teoria, a hipótese.
A poese, o Se.
A lágrima, a grama.
A sobriedade insólita tende ao ébrio.
E a engenharia dos músculos é a da sinapse onírica.
A policromia do escuro, a dúvida de estar acordado.