domingo, 23 de outubro de 2011

O arco (Id e o Rama)

A gala que sustenta nos lábios
É o gesto que suspende o meu ser

Cai-me uma vontade de voltar
A despir o teu corpo d'alma

Liquidificar o movimento do tempo
Dissolvendo o amargo em amor
E induzir-te ao erro no desvio do flerte

Eu miro minha flecha ao sol
E o céu responde em cirros
O dorso monumental do mar

É elemental que sinta
Essa saudade saudita
Viva no interím do presente com o passado
No útero eterno do ponteiro
(Sita)
Que me constrói de memória e afeto.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

O fim da história

Só não terceirizaram a angústia.

domingo, 9 de outubro de 2011

Mulher,

A linha de baixo é o perfume que traça o seu semblante.

E o teu sorriso é espontâneo e o coração murmura uma aflição contida.

Sua maior virtude é ser a baluarte do mundo - a beleza que vive fora de mim.


Queria poder envolver tua impotência.
Amenizando o frio do espaço.
Beijar teus olhos com os dedos.
Esconder-me em tua nuca.


Mas possuir-te é um desejo póstumo.
Quero dissolver minha carne no universo para ser também parte de você.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Implosão

(Explodir a derme
E o músculos
Vaporizar o ossos)

Eu não sou eu mesmo
Eu sou o meio daquilo que realmente sou

O que sou realmente é intangível

E essa última fração indivisível de mim
É a centelha que desmorona meu corpo

Deixando um legado torpe
Neste universo feito de escombros

Implodo-me

Difundindo-me no Fluxo
Engolido pela memória
De um deus que não pensa
Mas corre para todos lados
Sobre todas as sombras.