Nas manjedouras desta terra
Nascem cristos disformes
E futuros salvadores
Nas manjedouras desta terra
A virgindade mariana
É um estupro casual
Nas manjedouras desta terra
Os reis magos em seus tronos
Os senhores da guerra
Nas manjedouras desta terra
O gado não tem o que comer
No caminho sem volta, o matadouro.
sábado, 24 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Amor em prosopopéia
Incomoda-me essa convulsão de ditos
De sorrisos felizes enquadrados
De alegrias matinais
Descompartilho minhas vísceras
E no madrigal da tarde
Cabe o canto dos que não tem voz
Não quero ter razão,
Muito menos ser feliz
Quero afogar o verão
Numa geleira glacial
Quero teus defeitos
Dançando nus num salão em chamas.
De sorrisos felizes enquadrados
De alegrias matinais
Descompartilho minhas vísceras
E no madrigal da tarde
Cabe o canto dos que não tem voz
Não quero ter razão,
Muito menos ser feliz
Quero afogar o verão
Numa geleira glacial
Quero teus defeitos
Dançando nus num salão em chamas.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sinai (ou Os leopardos de Kafka)
Um bocejo improvisado
Cala os que dirão "dissimular"
Selam as faces plácidas
Imurmuravelmente ácidas
E se rezam preces para os deuses mortos
Cabe, então, a mim a espera do juízo derradeiro
Onde os pontífices sacerdotes dos meus templos
Guardarão inescrutáveis banalidades
Com certezas e lamentos dos que tem fé
E no fel do último gesto
Dirão que ressucitei
Quando de fato, apodreci.
Cala os que dirão "dissimular"
Selam as faces plácidas
Imurmuravelmente ácidas
E se rezam preces para os deuses mortos
Cabe, então, a mim a espera do juízo derradeiro
Onde os pontífices sacerdotes dos meus templos
Guardarão inescrutáveis banalidades
Com certezas e lamentos dos que tem fé
E no fel do último gesto
Dirão que ressucitei
Quando de fato, apodreci.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
(Nominado)
Se existe uma cor pra tua voz
É a dos teus olhos
E se existe um sussuro pro olhar
Desaviso 'calma'
Porque sinto a alma nos dedos
Do teu sopro
Transubstancio este cheiro
Que chamam de flor
Defloro o teu nome em verbetes
Sinestésicos
Ahh....
O teu suspiro é a palavra prima
É a dos teus olhos
E se existe um sussuro pro olhar
Desaviso 'calma'
Porque sinto a alma nos dedos
Do teu sopro
Transubstancio este cheiro
Que chamam de flor
Defloro o teu nome em verbetes
Sinestésicos
Ahh....
O teu suspiro é a palavra prima
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
inviolável
Existe um pomo de glória
Sob as banquisas do Ártico
E absolutamente nada ousa interromper sua imanência.
Sob as banquisas do Ártico
E absolutamente nada ousa interromper sua imanência.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Cemi
Este plateau inabitável de mar
Me faz lembrar de quando
Os ossos dos meus dedos
Se arrastavam por você
E aterrisavam nos teus lábios
O pôr dos seios
A saudade é ter-te em parte
Semiter-te
Intacta
Por trás
Me faz lembrar de quando
Os ossos dos meus dedos
Se arrastavam por você
E aterrisavam nos teus lábios
O pôr dos seios
A saudade é ter-te em parte
Semiter-te
Intacta
Por trás
dos beijos
de outros olhos que não são seus.
de outros olhos que não são seus.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Rotina
Às terças há uma tendência a morte prematura
Mas a prematuridade é apenas um reflexo do espanto,
Afinal a morte, como todo evento necessário,
Não poderia ser antes ou depois.
E nessa contingência urinária
Eu alivio as possibilidades
Na eventualidade de todo santo dia.
Mas a prematuridade é apenas um reflexo do espanto,
Afinal a morte, como todo evento necessário,
Não poderia ser antes ou depois.
E nessa contingência urinária
Eu alivio as possibilidades
Na eventualidade de todo santo dia.
domingo, 27 de novembro de 2011
Os filhos de Loki
No aprumo do céu
Resta a espera
As cidades se alastram
Como estandarte da resistência
ao Acaso
Enquanto não concebermos o céu
A paciência é a última diligência.
Resta a espera
As cidades se alastram
Como estandarte da resistência
ao Acaso
Enquanto não concebermos o céu
A paciência é a última diligência.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Ensai[a]r
A primavera arde
E no mausoléu da córnea
A lembrança vitelina
Ensaia fetal seu nascimento
E eis que de aborto
A saudade inaugura
O presente absorto de te
Rever num acidente casual
A causalidade fatal
De que tudo pode acontecer
inclusive absolutamente
nada.
De repente, o sucesso
Se torna uma salva de fracassos
E o que será
Se foi.
[As cortinas se fecham ao teatro vazio]
E no mausoléu da córnea
A lembrança vitelina
Ensaia fetal seu nascimento
E eis que de aborto
A saudade inaugura
O presente absorto de te
Rever num acidente casual
A causalidade fatal
De que tudo pode acontecer
inclusive absolutamente
nada.
De repente, o sucesso
Se torna uma salva de fracassos
E o que será
Se foi.
[As cortinas se fecham ao teatro vazio]
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Quase e eu (conjectura)
Devo me virar em direção as pessoas
Vestir-me suas calças
Enjaular-me em seus corpos
Ter-los em mim
Seus sonhos
De modo que todos eventos impossíveis
Se tornem movimentos concretos
Todos discursos não proferidos
Todos gestos não praticados
Todos os medos não revelados
Fossem concebidos
E todas as possibilidades
Germinassem espontâneas
Feito idéias não pensadas
Por pessoas não nascidas
Frutos de amores nunca declarados.
O que me faz ver a beleza do mundo
São justamente seus nódulos de nada.
Vestir-me suas calças
Enjaular-me em seus corpos
Ter-los em mim
Seus sonhos
De modo que todos eventos impossíveis
Se tornem movimentos concretos
Todos discursos não proferidos
Todos gestos não praticados
Todos os medos não revelados
Fossem concebidos
E todas as possibilidades
Germinassem espontâneas
Feito idéias não pensadas
Por pessoas não nascidas
Frutos de amores nunca declarados.
O que me faz ver a beleza do mundo
São justamente seus nódulos de nada.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Os olhos de gude
Quando
Teus olhos de gude
Caberem em minha mão
Já não seremos
Imunes
Um ao outro
Julgarão-nos
Criminosos
Impunes
Doentes auto-imunes
da gnose virtual
De sermos um
E o que nos une
Será a fenda
que nos corta
No lapso insône
do tédio
Do parapeito
do prédio
serei eu
olhando-me
a paisagem
à par a plenitude
dos teus olhos de gude.
Teus olhos de gude
Caberem em minha mão
Já não seremos
Imunes
Um ao outro
Julgarão-nos
Criminosos
Impunes
Doentes auto-imunes
da gnose virtual
De sermos um
E o que nos une
Será a fenda
que nos corta
No lapso insône
do tédio
Do parapeito
do prédio
serei eu
olhando-me
a paisagem
à par a plenitude
dos teus olhos de gude.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Transposição
Obliquo e inócuo
Um castelo de anagramas
E o calabouço da boca
Eu vejo a metáfora por uma fresta,
E salvo a humanidade.
Um castelo de anagramas
E o calabouço da boca
Eu vejo a metáfora por uma fresta,
E salvo a humanidade.
domingo, 23 de outubro de 2011
O arco (Id e o Rama)
A gala que sustenta nos lábios
É o gesto que suspende o meu ser
Cai-me uma vontade de voltar
A despir o teu corpo d'alma
Liquidificar o movimento do tempo
Dissolvendo o amargo em amor
E induzir-te ao erro no desvio do flerte
Eu miro minha flecha ao sol
E o céu responde em cirros
O dorso monumental do mar
É elemental que sinta
Essa saudade saudita
Viva no interím do presente com o passado
No útero eterno do ponteiro
(Sita)
Que me constrói de memória e afeto.
É o gesto que suspende o meu ser
Cai-me uma vontade de voltar
A despir o teu corpo d'alma
Liquidificar o movimento do tempo
Dissolvendo o amargo em amor
E induzir-te ao erro no desvio do flerte
Eu miro minha flecha ao sol
E o céu responde em cirros
O dorso monumental do mar
É elemental que sinta
Essa saudade saudita
Viva no interím do presente com o passado
No útero eterno do ponteiro
(Sita)
Que me constrói de memória e afeto.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
domingo, 9 de outubro de 2011
Mulher,
A linha de baixo é o perfume que traça o seu semblante.
E o teu sorriso é espontâneo e o coração murmura uma aflição contida.
Sua maior virtude é ser a baluarte do mundo - a beleza que vive fora de mim.
Queria poder envolver tua impotência.
Amenizando o frio do espaço.
Beijar teus olhos com os dedos.
Esconder-me em tua nuca.
Mas possuir-te é um desejo póstumo.
Quero dissolver minha carne no universo para ser também parte de você.
E o teu sorriso é espontâneo e o coração murmura uma aflição contida.
Sua maior virtude é ser a baluarte do mundo - a beleza que vive fora de mim.
Queria poder envolver tua impotência.
Amenizando o frio do espaço.
Beijar teus olhos com os dedos.
Esconder-me em tua nuca.
Mas possuir-te é um desejo póstumo.
Quero dissolver minha carne no universo para ser também parte de você.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Implosão
(Explodir a derme
E o músculos
Vaporizar o ossos)
Eu não sou eu mesmo
Eu sou o meio daquilo que realmente sou
O que sou realmente é intangível
E essa última fração indivisível de mim
É a centelha que desmorona meu corpo
Deixando um legado torpe
Neste universo feito de escombros
Implodo-me
Difundindo-me no Fluxo
Engolido pela memória
De um deus que não pensa
Mas corre para todos lados
Sobre todas as sombras.
E o músculos
Vaporizar o ossos)
Eu não sou eu mesmo
Eu sou o meio daquilo que realmente sou
O que sou realmente é intangível
E essa última fração indivisível de mim
É a centelha que desmorona meu corpo
Deixando um legado torpe
Neste universo feito de escombros
Implodo-me
Difundindo-me no Fluxo
Engolido pela memória
De um deus que não pensa
Mas corre para todos lados
Sobre todas as sombras.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Alcatéia
Vamos abrir espaço. Abram-se as alas! Para trás! Para trás!!
Entre
O azul - o cinza que se finge de céu -
Eu, que me esfinjo que sou
que finge que seu.
Limpado o terreno, tenho o lugar para fundar meu palácio
Com a pedra angular do fracasso
E o aço das montanhas-russas
D'os olhos ruivos,
Minha Lua nova, que sempre morena
E o uivo do lobo - lobotomia
Que tudo rui... que tudo ruiva.
Entre
O azul - o cinza que se finge de céu -
Eu, que me esfinjo que sou
que finge que seu.
Limpado o terreno, tenho o lugar para fundar meu palácio
Com a pedra angular do fracasso
E o aço das montanhas-russas
D'os olhos ruivos,
Minha Lua nova, que sempre morena
E o uivo do lobo - lobotomia
Que tudo rui... que tudo ruiva.
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
O sábio e os néscios
A virtude de ler o próprio tempo. O carácter do sábio. Que vive sóbrio nos sobrados oblíquos do morro. Feito um monge que sustenta sua ascese além do barulho dos carros. Além da urbe dos analfabetos da época. Dos que levam a vida no assobio. Dos sublimes vagabundos, que vivem o tempo, na flor da pele.
terça-feira, 20 de setembro de 2011
De óbulos nos olhos
Canso.
E este mar que não mata minha sede,
mas descansa meu espírito.
Penso.
E estes olhos que me matam de prazer,
e que dispensam minha sorte.
Durmo.
O azar me contempla,
E eu o contemplo de volta.
E este mar que não mata minha sede,
mas descansa meu espírito.
Penso.
E estes olhos que me matam de prazer,
e que dispensam minha sorte.
Durmo.
O azar me contempla,
E eu o contemplo de volta.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
O óbito
Uma tragédia.
Morrera tropeçando na escada helicoidal do próprio DNA.
Deixando de herança ao primogênito um acidente surpresa aos quarenta,
E a filha mais nova, a afinidade por drogas e uma coletânea de esquizofrenias.
Morrera tropeçando na escada helicoidal do próprio DNA.
Deixando de herança ao primogênito um acidente surpresa aos quarenta,
E a filha mais nova, a afinidade por drogas e uma coletânea de esquizofrenias.
sábado, 10 de setembro de 2011
Holo-
No princípio era o precipício
Preciso
Em sua totalidade
Abriu-se, então, um precedente
E numa cadeia infinita de acidentes
A essência do que era
Permaneceu indômita.
Porque se todo tempo é presente,
A memória é a força motriz do que são
_____________as coisas
O precipício se fragmentou
Nos infinitos pedaços fantásticos
Que somos.
Eu sou a voz do precipício
E tu, os ouvidos.
Preciso
Em sua totalidade
Abriu-se, então, um precedente
E numa cadeia infinita de acidentes
A essência do que era
Permaneceu indômita.
Porque se todo tempo é presente,
A memória é a força motriz do que são
_____________as coisas
O precipício se fragmentou
Nos infinitos pedaços fantásticos
Que somos.
Eu sou a voz do precipício
E tu, os ouvidos.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Paralaxe (ou Os Foguetes de Artíficio)
No lusco-fusco,
olhares desavisados ao céu
minguam como a lua.
A angústia do novo século que nasce
Brota da finitude da Terra
E o salto intransponível do éter que a envolve.
Na mesma altura da aurora que miro,
a utopia perturba trêmula como a miragem
horizontesca de um deserto.
Movo-me.
Mas para onde ir,
quando ao nadir
o horizonte é apenas o Passado incalculável
dos anos-luz de nossos ancestrais?
olhares desavisados ao céu
minguam como a lua.
A angústia do novo século que nasce
Brota da finitude da Terra
E o salto intransponível do éter que a envolve.
Na mesma altura da aurora que miro,
a utopia perturba trêmula como a miragem
horizontesca de um deserto.
Movo-me.
Mas para onde ir,
quando ao nadir
o horizonte é apenas o Passado incalculável
dos anos-luz de nossos ancestrais?
terça-feira, 30 de agosto de 2011
post nubila Phoebus
E lamberemos então a dúvida.
Feito vira-latas que matam a sede de um dia quente
na poça de um dilúvio que passou.
Feito vira-latas que matam a sede de um dia quente
na poça de um dilúvio que passou.
domingo, 21 de agosto de 2011
Crônico
Uma história deve ser sobretudo breve
Como o imediato frio na barriga
Antes de tornar-se um refluxo no estômago
Breve como um flerte
Um soslaio inquebrável
A pedra filosofal do Encontro
Uma história deve ser sobretudo breve
Uma crônica,
Acrônica.
Sobretudo
Menor que um poema que já foi longe demais
As histórias longas, caríssimo leitor..
sempre terminam em morte.
Como o imediato frio na barriga
Antes de tornar-se um refluxo no estômago
Breve como um flerte
Um soslaio inquebrável
A pedra filosofal do Encontro
Uma história deve ser sobretudo breve
Uma crônica,
Acrônica.
Sobretudo
Menor que um poema que já foi longe demais
As histórias longas, caríssimo leitor..
sempre terminam em morte.
domingo, 14 de agosto de 2011
Alice
Ela escovava os dentes como que limpando sua natureza.
Olhava o espelho e cuspia.
O reflexo é sempre uma distorção
Mas no fim do intestino, somos todos iguais.
Olhava o espelho e cuspia.
O reflexo é sempre uma distorção
Mas no fim do intestino, somos todos iguais.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Prosa incompleta
Na prosa presa
As palavras seguidas de ponto
Como se os pontos selassem as idéias
A prova de balas
O que são os fatos
Sem a foto que se tira?
O que são os fetos
Sem o ventre que se pare?
Nos ledos enganos,
Eu leio o que vivo.
Afinal, de labaredas e cinzas
Se fazem as grandes bibliotecas.
As coisas são per se
Sem o fio do senso, ou a linha do tempo;
E per se
Persisto.
As palavras seguidas de ponto
Como se os pontos selassem as idéias
A prova de balas
O que são os fatos
Sem a foto que se tira?
O que são os fetos
Sem o ventre que se pare?
Nos ledos enganos,
Eu leio o que vivo.
Afinal, de labaredas e cinzas
Se fazem as grandes bibliotecas.
As coisas são per se
Sem o fio do senso, ou a linha do tempo;
E per se
Persisto.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
caninos definitivos
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Revés
Ao causo de um esbarro por aí
Feito de matéria-prima do mundo,
Venho por meio deste esclarecer:
Como o calar se torna grito;
Como desperto minha ascendência
Feito último efeito da causa primeira;
Como quando me disseram que as ilhas não flutuavam,
E toda liberdade naufragou em solidão.
(...)
num encontro fortuito
saiba que não sou senão as palavras virtuais esquecidas
nas paranóias ordinárias do mundo.
segunda-feira, 18 de julho de 2011
domingo, 3 de julho de 2011
King Kong
Havemos de falar das coisas como são:
Um corpo sempre silva antes do encontro com o chão.
o atrito com o ar é o magnum opus do Desespero..
enquanto todo domingo é Cinza
A Arte é pouco,
o último vínculo com a vida, - chamam por aí - destruição.
Um corpo sempre silva antes do encontro com o chão.
o atrito com o ar é o magnum opus do Desespero..
enquanto todo domingo é Cinza
A Arte é pouco,
o último vínculo com a vida, - chamam por aí - destruição.
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Meterologia
Quero apalpar teu erotismo úmido
Circunscrever tuas curvas com o cenho
Desfacelar de amor até o regenerar das pétalas
Até que tudo acalente no inverno
E refresque ao sol
Todas mulheres numa só
Incompleta como o tempo
Temporal como o céu
Teu gosto de chuva.
Circunscrever tuas curvas com o cenho
Desfacelar de amor até o regenerar das pétalas
Até que tudo acalente no inverno
E refresque ao sol
Todas mulheres numa só
Incompleta como o tempo
Temporal como o céu
Teu gosto de chuva.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Ícaro - pt.2 - método
- Não se prova a realidade por hipóteses e teorias.
A vida se prova com a língua.
(Em contraprova:
a prova de amor é o seu atestado de morte.)
A vida se prova com a língua.
(Em contraprova:
a prova de amor é o seu atestado de morte.)
domingo, 22 de maio de 2011
Un bouquet par un boquete
Farfalho as flores no teu dorso,
felina.
Ao fogo as favas da tradição:
Fecho éclair:
Meu falo em tua fala.
felina.
Ao fogo as favas da tradição:
Fecho éclair:
Meu falo em tua fala.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Ícaro - pt1. - revolução
Foda-se a guerra
O homem morre dentro de si
Foda-se a poesia
A palavra vive dentro da língua
Foda-se o amor
O amor é a revolução de dentro dos olhos
O homem morre dentro de si
Foda-se a poesia
A palavra vive dentro da língua
Foda-se o amor
O amor é a revolução de dentro dos olhos
terça-feira, 26 de abril de 2011
der Traum
Feito filme mudo
O toque incólume
Dos dentes sobre os lábios
Friccionantes
Um café expressionista
Pra gente rastejar de saudade.
O toque incólume
Dos dentes sobre os lábios
Friccionantes
Um café expressionista
Pra gente rastejar de saudade.
domingo, 17 de abril de 2011
Transição
Na desconstrução civil dos teus ossos
O pesadelo leve de uma brisa de verão
Que anuncia a putrefação das flores
E a gravidade abismal do outono ...
- A estação da morte,
transa e transparência.
O pesadelo leve de uma brisa de verão
Que anuncia a putrefação das flores
E a gravidade abismal do outono ...
- A estação da morte,
transa e transparência.
sábado, 16 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
Paisagem
No meio de todas constelações
Do sublime vazio das relações
No meio das auroras boreais
Da anatomia dos belos animais
No meio dos extremos da vida
Nas esquinas das ruas sem saída
No meio do zero e dos bilhões
Entre a solitude e os foliões
No meio de tudo isso
Obrigado por ter me percebido
Obrigado por ter fugido
Como todas as coisas as quais
Permaneço difuso
Como em você
Como você e todo o resto
Em todas as coisas.
Do sublime vazio das relações
No meio das auroras boreais
Da anatomia dos belos animais
No meio dos extremos da vida
Nas esquinas das ruas sem saída
No meio do zero e dos bilhões
Entre a solitude e os foliões
No meio de tudo isso
Obrigado por ter me percebido
Obrigado por ter fugido
Como todas as coisas as quais
Permaneço difuso
Como em você
Como você e todo o resto
Em todas as coisas.
sábado, 2 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
involtável
não me durmo
Um relento moribundo
pra viver-me
somente sendo
Um iconoclasta da saudade
vivo-me inconsciente tua imagem
.a.coincidência.incipiente.
apócrifa
relegante ao pó
sem vestígio ou grafia
um fóssil insólito
subjético
Nas sonâmbulâncias dessas noites
minha sirene, teus olhos invisíveis
como foram na insípida inconsequência de conjurar o fim no primeiro e -não menos derradeiro- beijo. ladeira
abaixo
ainda me lembro sarjeticamente, que me deixei ali
sem nunca poder voltar a me encontrar.
Um relento moribundo
pra viver-me
somente sendo
Um iconoclasta da saudade
vivo-me inconsciente tua imagem
.a.coincidência.incipiente.
apócrifa
relegante ao pó
sem vestígio ou grafia
um fóssil insólito
subjético
Nas sonâmbulâncias dessas noites
minha sirene, teus olhos invisíveis
como foram na insípida inconsequência de conjurar o fim no primeiro e -não menos derradeiro- beijo. ladeira
abaixo
ainda me lembro sarjeticamente, que me deixei ali
sem nunca poder voltar a me encontrar.
domingo, 13 de março de 2011
sábado, 12 de março de 2011
O soco (em câmera lenta.)
O presente vem rente
Ao pass(ad)o
Que não há nada tão ruim que não piore
E o pior de tudo é uma impressão impressionante
Ao peito
Feito um primeiro-socorro
Feito último
Já morre todo em teu amor obsoleto
Tua pele e teu dinheiro valem nada
Teu coração é músculo.
(A alma é uma extensão incognoscível do corpo. E na transação fáustica, tenho toda noção que cada certeza é uma impressão. Há de se vender a própria alma ao corpo, como que sabendo a função das coisas. A língua está pra ser engolida, como os olhos pra serem fechados.. e assim por diante. A tanatofobia é um diagnóstico dos que não sabem que a vida não é feita de opostos. As dicotomias são os extremos, as mentiras que sustentam a Verdade. Viver é se atirar ao abismo de si. A vida é uma queda presa.)
Teu silêncio, vermelho.
Ao pass(ad)o
Que não há nada tão ruim que não piore
E o pior de tudo é uma impressão impressionante
Ao peito
Feito um primeiro-socorro
Feito último
Já morre todo em teu amor obsoleto
Tua pele e teu dinheiro valem nada
Teu coração é músculo.
(A alma é uma extensão incognoscível do corpo. E na transação fáustica, tenho toda noção que cada certeza é uma impressão. Há de se vender a própria alma ao corpo, como que sabendo a função das coisas. A língua está pra ser engolida, como os olhos pra serem fechados.. e assim por diante. A tanatofobia é um diagnóstico dos que não sabem que a vida não é feita de opostos. As dicotomias são os extremos, as mentiras que sustentam a Verdade. Viver é se atirar ao abismo de si. A vida é uma queda presa.)
Teu silêncio, vermelho.
quinta-feira, 10 de março de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Excerto em lágrima
A beleza suprema
Feita fato consumado
Consumiu-se líquida
Na lentura do retrato
A plenitude flutuante
estratosférica,
Um fragmento
Em estado natural
Na quina d'alma
A borda dos olhos
A moldura que fomos
Escorrida pelo breu.
Feita fato consumado
Consumiu-se líquida
Na lentura do retrato
A plenitude flutuante
estratosférica,
Um fragmento
Em estado natural
Na quina d'alma
A borda dos olhos
A moldura que fomos
Escorrida pelo breu.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Virtuócio
Vesti-me de cliché
Um coração vermelho caricaterístico
Arítmico porém feito um bebê pianista
Um beijo também
Concrético
Zer ou nao zer?
Aperto de mão,
)mão nas costas e uma cheirada de cabelo)
um tchau-tchau
Aosdeuses que calharem de nos trazer de volta
Na revolta que há de descer a mão
Vagorosa, e o cheiro Á de zer o do corpo nu
Novo como as córneas,
E na cabeça.. a labirintite de você
Por isso meus cabelos crescem
Preu um dia perdê-los todos
minha apatia reumática
e o soro hepático da cachaça
sou um outlaw da única lei:
g
r
a
v
i
d
a
d
e
.
.
.
.
________________E
__________________________toDos
_____________O_____________-__C
_________Ô___________________A
eu_____V_______________________E
_______________________-______M
______________________________.
______________________________.
______________________________.
sem precisar de asas.. o azar me basta.
Um coração vermelho caricaterístico
Arítmico porém feito um bebê pianista
Um beijo também
Concrético
Zer ou nao zer?
Aperto de mão,
)mão nas costas e uma cheirada de cabelo)
um tchau-tchau
Aosdeuses que calharem de nos trazer de volta
Na revolta que há de descer a mão
Vagorosa, e o cheiro Á de zer o do corpo nu
Novo como as córneas,
E na cabeça.. a labirintite de você
Por isso meus cabelos crescem
Preu um dia perdê-los todos
minha apatia reumática
e o soro hepático da cachaça
sou um outlaw da única lei:
g
r
a
v
i
d
a
d
e
.
.
.
.
________________E
__________________________toDos
_____________O_____________-__C
_________Ô___________________A
eu_____V_______________________E
_______________________-______M
______________________________.
______________________________.
______________________________.
sem precisar de asas.. o azar me basta.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
sábado, 12 de fevereiro de 2011
O rei do mundo
HÁ! Na panacéia da noite
Os vassalos da pergunta
Não podem saber de nada
Como não sabem de fato
E a lua, cristal do meu salão
Gargalha seu sorriso cínico
A mulher só se lança aos olhos dispostos à ela
E se o meio-fio é o meu trono
O mundo é o meu reino
Condeno toda plebe à forca da liberdade
Queimem o silêncio em praça pública!
Decreto estado de sítio
Até que toda desordem seja retomada!
Os vassalos da pergunta
Não podem saber de nada
Como não sabem de fato
E a lua, cristal do meu salão
Gargalha seu sorriso cínico
A mulher só se lança aos olhos dispostos à ela
E se o meio-fio é o meu trono
O mundo é o meu reino
Condeno toda plebe à forca da liberdade
Queimem o silêncio em praça pública!
Decreto estado de sítio
Até que toda desordem seja retomada!
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Justo
O bem e o mal ausculta um a um.
Nos perturbados, o juiz, só.
Nos melancólicos, a sentença da culpa.
Nos idiotas, a absolvição.
Nos satisfeitos, apenas a obediência do júri.
Mas somente nos loucos, todos correm alforriados.
Nos perturbados, o juiz, só.
Nos melancólicos, a sentença da culpa.
Nos idiotas, a absolvição.
Nos satisfeitos, apenas a obediência do júri.
Mas somente nos loucos, todos correm alforriados.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Cármico
Permaneço invólucro
Amniótico e estático
Idolatrando a dúvida
Na cor da tua voz
Te amo, ainda e até quando
Houver teu vulto no escuro
Do meu fechar de olhos
Um breu carmim
Feito teus lábios derradeiros
Ou o cáspio de tuas asas,
Borboleta.
Amniótico e estático
Idolatrando a dúvida
Na cor da tua voz
Te amo, ainda e até quando
Houver teu vulto no escuro
Do meu fechar de olhos
Um breu carmim
Feito teus lábios derradeiros
Ou o cáspio de tuas asas,
Borboleta.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Efêmeras fêmeas
E no alto de suas baixezas mora toda filosofia. A melodia do bordel, o limbo do luxo com o lixo. As divisas humanas de olhos pintados. A lágrima cruel e todo torpor do desatino. O ópio e os quadriz. Cada junta, uma vida de mil vidas. E todas elas me beijam com a vileza da saudade. Beijam-me túmidas. Da sarjeta o vislumbre do sol que nasce. Não tenho um tostão, só o zênite da noite e o amor das prostitutas - minhas blasfêmeas sagradas.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Lexia
a palavra é voluntária como o vômito
e dentro da minha bulimia linguística
forço deliberadamente cada idéia da garganta
Já me olho no espelho sem me reconhecer
E posso escrever uma bíblia de angústias
que continuarei irreflexível à mim
detrás de cada verbete um enquadro virtual
o eco refrata a língua e cantando com os olhos
só o silêncio é semântico à alma
Mas feita a dor que é o anúncio da morte
eu preciso escrever por um grito de cólera
lançando cada vocábulo gástrico ao que se dispõe
e como um atestado de vida a poesia me eclode
Nasço de minhas vísceras deglutindo meu corpo
condenado a liberdade, órfão da própria pele
e De repente a semântica me volta pela náusea
a cuspo como uma saliva intragável
O mundo gira e meu estômago torce
tudo se baseia nesses humores que correm por mim
como os ouvidos ouvem o anúncio dos pássaros
de que o sol está pra chegar aos olhos insônes
As mãos tremem pela caligrafia
Como a voz balbucia o medo da palavra
o asco me subtrai inerte, o nojo da linguagem
Desespero sem que sobre qualquer vestígio
qualquer resquício de idéia póstuma
numa indigência programada,
Canibalescamente subsisto como se nunca houvesse
sendo o último da minha espécie devoro a língua
Sinto-me sintático nos meus grunhidos
sumo ao mundo como se nunca houvesse
numa crônica anacrônica minha com o tempo
meus gritos primais ecoam em minha cela
Todas as portas se fecham, não há destino
ou passado, velado, túmido em meu próprio corpo
Engulo todas as chaves que levam a saída
refugiado do mundo, apátrida e incomunicável
onomatopéico como uma criança
Um rascunho léxico de minhas guerras intestinas
Meu testamento na língua natimorta que eu criei
é avulso, deixo para o que ainda não morreu de mim
a herança do que se entende pelo gesto
Ahudfhfue02m´fw#mwe&osdnáefnéf~F¨Srfp:6gde
OGMgminfsiewWErwfwTY%$yhN¨67$Ysdve4rg$*5ve
vfeergo´vme´rigérg4[rpomaepomrgmG%W ggwerg
...
e dentro da minha bulimia linguística
forço deliberadamente cada idéia da garganta
Já me olho no espelho sem me reconhecer
E posso escrever uma bíblia de angústias
que continuarei irreflexível à mim
detrás de cada verbete um enquadro virtual
o eco refrata a língua e cantando com os olhos
só o silêncio é semântico à alma
Mas feita a dor que é o anúncio da morte
eu preciso escrever por um grito de cólera
lançando cada vocábulo gástrico ao que se dispõe
e como um atestado de vida a poesia me eclode
Nasço de minhas vísceras deglutindo meu corpo
condenado a liberdade, órfão da própria pele
e De repente a semântica me volta pela náusea
a cuspo como uma saliva intragável
O mundo gira e meu estômago torce
tudo se baseia nesses humores que correm por mim
como os ouvidos ouvem o anúncio dos pássaros
de que o sol está pra chegar aos olhos insônes
As mãos tremem pela caligrafia
Como a voz balbucia o medo da palavra
o asco me subtrai inerte, o nojo da linguagem
Desespero sem que sobre qualquer vestígio
qualquer resquício de idéia póstuma
numa indigência programada,
Canibalescamente subsisto como se nunca houvesse
sendo o último da minha espécie devoro a língua
Sinto-me sintático nos meus grunhidos
sumo ao mundo como se nunca houvesse
numa crônica anacrônica minha com o tempo
meus gritos primais ecoam em minha cela
Todas as portas se fecham, não há destino
ou passado, velado, túmido em meu próprio corpo
Engulo todas as chaves que levam a saída
refugiado do mundo, apátrida e incomunicável
onomatopéico como uma criança
Um rascunho léxico de minhas guerras intestinas
Meu testamento na língua natimorta que eu criei
é avulso, deixo para o que ainda não morreu de mim
a herança do que se entende pelo gesto
Ahudfhfue02m´fw#mwe&osdnáefnéf~F¨Srfp:6gde
OGMgminfsiewWErwfwTY%$yhN¨67$Ysdve4rg$*5ve
vfeergo´vme´rigérg4[rpomaepomrgmG%W ggwerg
...
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Revolta
Vá para o inferno
Ou vá para o céu
Não importa, vá!
E saiba que toda ida
É a renúncia da volta
A tenacidade do corpo
É a sua própria existência
Proponho um brinde aos mortos
E no estilhaçar dos copos
A ruptura da morte
A volta, revolta, revolução.
A catarata no olho que tudo vê
Um porre da pimenta dos olhos de Deus.
Ou vá para o céu
Não importa, vá!
E saiba que toda ida
É a renúncia da volta
A tenacidade do corpo
É a sua própria existência
Proponho um brinde aos mortos
E no estilhaçar dos copos
A ruptura da morte
A volta, revolta, revolução.
A catarata no olho que tudo vê
Um porre da pimenta dos olhos de Deus.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Saarar
Desertei-me,
Fazendo de cada parte um grão.
Desconsolei-me,
Queimando ao sol a razão.
Com o solar, broto a sede.
E sedento mostro os dentes
Rastejando e tragando
A areia da ampulheta
Eu bebo o tempo
Insaciável
Todo oásis é uma miragem.
Fazendo de cada parte um grão.
Desconsolei-me,
Queimando ao sol a razão.
Com o solar, broto a sede.
E sedento mostro os dentes
Rastejando e tragando
A areia da ampulheta
Eu bebo o tempo
Insaciável
Todo oásis é uma miragem.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Lustício
Cansado do vislumbre das esquinas
Eu queria ter olhos na nuca
Pra te ver indo embora
E sempre que fecho os olhos
Querendo fugir
Eles se viram pra mim
Como se o espelho perfeito
Fosse a completa escuridão das órbitas
Na contemplação do meu crânio
Por dentro, no reflexo
Eu vejo nossos corpos
Nus como naquelas noites
E na de ontem
Só me faltou autocontrole
Pra não mexer no celular
Como fiz com o vacilo dos teus olhos
Tua dissimulação
Só serviu pra dar razão à cerveja
E descendo ébrio a rua
: Somente o desconcerto -
Quatro olhos no interstício da lua.
Eu queria ter olhos na nuca
Pra te ver indo embora
E sempre que fecho os olhos
Querendo fugir
Eles se viram pra mim
Como se o espelho perfeito
Fosse a completa escuridão das órbitas
Na contemplação do meu crânio
Por dentro, no reflexo
Eu vejo nossos corpos
Nus como naquelas noites
E na de ontem
Só me faltou autocontrole
Pra não mexer no celular
Como fiz com o vacilo dos teus olhos
Tua dissimulação
Só serviu pra dar razão à cerveja
E descendo ébrio a rua
: Somente o desconcerto -
Quatro olhos no interstício da lua.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Descabimento
As palavras não me cabem, e é por isso que escrevo.
A vida não me cabe, e é por isso que vivo.
Eu amo tudo que não me comporta.
E mesmo tão
miserável,
ridículo,
desprezível,
medíocre,
Eu me comporto. ____________________(pra não dizer que me caibo no Nada)
Mas sou plena desobediência quando digo que te amo.
A vida não me cabe, e é por isso que vivo.
Eu amo tudo que não me comporta.
E mesmo tão
miserável,
ridículo,
desprezível,
medíocre,
Eu me comporto. ____________________(pra não dizer que me caibo no Nada)
Mas sou plena desobediência quando digo que te amo.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Corrida ( parte II : o trocador )
Ele segurava a catraca, já no final das contas. Dizia ele que era o preço da mais-valia, e que seu senso de justiça falava mais alto. E quando só cabiam os desconsolados no ônibus, os solitários de alma e de noite, ele ascendia de seu trono e nivelava-se com os súditos tornando-se passageiro de si mesmo. Vislumbrava a fumaça do mundo com o cigarro. Em troca, o mundo e a solitude das madrugadas semamais via ele passando. Mas todo dia valia a pena pela corrida final. A madrugada era o berço de seus sonhos, que nem mesmo a noite mais ofegante de um verão carioca, ou a mais emperrada das janelas, conseguia apagar. E então, ele apagava em lástima o cigarro no ponto final. Ironicamente tinha que pegar um ônibus pra ir pra casa.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Fidelidade
- Minha mulher está disposta a dividir-me contigo. Minha amada já nos guarda um lugar especial pra ficarmos. Então, o que me diz?! Proponho um ménage à trois.... eu, você e a Noite.
domingo, 16 de janeiro de 2011
A boca elipse
Encontrei-me nos teus lábios labirínticos
Suave como um gole no calabouço da tua boca
E nas linhas do entorno, um equilibrista
Medindo o meio-fio na tangência do teu dorso
Na fricção do meu corpo a promessa de sangue
Com o cheiro da noite e o aviso da chuva
Hei de limpar minhas sombras com as gotas
Dividindo a Lua, no transe de te tocar o sexo.
Tua boca cartesiana desvela meu cerne em vertigem. Ver-te nua na cama é saber de onde vieram os números. O mundo pode morrer sob água ou fogo. Cada movimento em você centelha um despertar no sono dos deuses. Você é a última revelação. Eu te toco como que criando uma catástrofe no mundo. Cataclisma é te lamber os lábios e deslizar em teus seios brancos. O meteoro final, e o afogar dos mares. A erupção derradeira. O mundo morre em teu suspiro.
Suave como um gole no calabouço da tua boca
E nas linhas do entorno, um equilibrista
Medindo o meio-fio na tangência do teu dorso
Na fricção do meu corpo a promessa de sangue
Com o cheiro da noite e o aviso da chuva
Hei de limpar minhas sombras com as gotas
Dividindo a Lua, no transe de te tocar o sexo.
Tua boca cartesiana desvela meu cerne em vertigem. Ver-te nua na cama é saber de onde vieram os números. O mundo pode morrer sob água ou fogo. Cada movimento em você centelha um despertar no sono dos deuses. Você é a última revelação. Eu te toco como que criando uma catástrofe no mundo. Cataclisma é te lamber os lábios e deslizar em teus seios brancos. O meteoro final, e o afogar dos mares. A erupção derradeira. O mundo morre em teu suspiro.
sábado, 15 de janeiro de 2011
O novo ano e o Rei do Castelo de Cartas
O ano passou como um artifício
As poesias se tornaram luzes
Tão esplêndidas quanto efêmeras
E no simular do branco
A noite se cansou do tempo
O recomeço se fingiu de morte
E no meio da pantomima celeste
A felicidade é um escárnio de solidão
...
O ano passou rasante
Feito uma ave de rapina
E a saudade foi caçada impiedosa
Pelo conluio dos olhos
E no manifesto da boca
Outra mulher nasce serena
No oceano torpe do que se sente
Mas permaneço déspota de meu castelo de cartas
Como sempre fui
Meu reino continua maior que o mundo
Como sempre foi
E tudo queima e arde nele
Como sempre há de ser.
Meus súditos em reverência
As vagas singelas que abrandam o fogo
Tenazes como os dedos
E livres, sobretudo livres.
As poesias se tornaram luzes
Tão esplêndidas quanto efêmeras
E no simular do branco
A noite se cansou do tempo
O recomeço se fingiu de morte
E no meio da pantomima celeste
A felicidade é um escárnio de solidão
...
O ano passou rasante
Feito uma ave de rapina
E a saudade foi caçada impiedosa
Pelo conluio dos olhos
E no manifesto da boca
Outra mulher nasce serena
No oceano torpe do que se sente
Mas permaneço déspota de meu castelo de cartas
Como sempre fui
Meu reino continua maior que o mundo
Como sempre foi
E tudo queima e arde nele
Como sempre há de ser.
Meus súditos em reverência
As vagas singelas que abrandam o fogo
Tenazes como os dedos
E livres, sobretudo livres.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Enforque-se
À deriva, à deriva
O que me sobra é saber de minha vocação
A de provocar o mundo
Estando a deriva de mim mesmo
No refluxo sem fim
De vomitar verbos imponderáveis
Sobre ouvidos satisfeitos
{No interregno do silêncio
A gargalhada do louco
O grito psicótico da insanidade}
Quando não lhes restam o que tampar às orelhas
Silenciam-se os insanos
Mesmo os que tentam se romper
De suas próprias gargantas
Os silenciadores
À deriva, à deriva
Feito algozes das próprias vozes.
O que me sobra é saber de minha vocação
A de provocar o mundo
Estando a deriva de mim mesmo
No refluxo sem fim
De vomitar verbos imponderáveis
Sobre ouvidos satisfeitos
{No interregno do silêncio
A gargalhada do louco
O grito psicótico da insanidade}
Quando não lhes restam o que tampar às orelhas
Silenciam-se os insanos
Mesmo os que tentam se romper
De suas próprias gargantas
Os silenciadores
À deriva, à deriva
Feito algozes das próprias vozes.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
O menestrel e as meretrizes
Sentinelas um desconcerto fecundo ao tocar-lhes os ossos. Em cada movimento de suas articulações as meretrizes pendiam à um lado. Obliqua no meio das prostitutas, minha poesia as atravessava. Se escrevo agora é porque me foi dado o amor de todas elas. E não há de se escrever sem o amor. Sem o amor e sem a chuva. Tenho a teoria de que toda alquímica do universo é a transubstanciação de qualquer coisa que veio de um substrato de chuva com amor. Calor é verdade, afinal nada se cria sem o fogo. Tal que é outro lugar de onde o amor surge, do atrito. De uma fagulha de olhos, mãos ou sexos, enfim. O ponto é que me apaixonei por elas num desses movimentos. É bem verdade que não durou muito, o que não é condição alguma para a intensidade. Amei-as como se ama uma personagem belamente descrita num livro, amei-as como se ama o lusco-fusco. E não há amor mais verdadeiro que o desse platonismo de amar por um semblante. Esse amor é mais verdadeiro do que os que começam pelas mentiras e convenções sociais, por gestos pensados e repensados. Todavia há de se ouvir os cientistas que dizem que o sol não é amarelo ou laranja, mas branco. E são as impurezas, merdas atmosféricas e gases ordinários ao universo que filtram esse branco, tornando-o nuances e matizes inconcebíveis. Ora não amo as mulheres perfeitas - como já foi percebido (aliás o branco não tem graça alguma)- e é justamente suas imperfeições perfeitamente ensaiadas que me fazem cair sobre seus pés. Eis o que é a beleza senão os olhos de quem vê, e a pele de quem toca, senão o lamber de cada gota de mentira como um vira-lata lambe seu lixo. O suprasumo dos ébrios que a cantam em cada esquina e o apaixonado na hora derradeira. Eis a beleza, a força que move o mundo e os meus quadriz nas meretrizes.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
⃝
As ribaltas zunem paralelas a mim
E as estradas notívagas não tem o mantra
De quando te deixava em casa
De quanto tempo?
E me esforço com os nervos contraídos
Só esqueço dos números
Lembro teus joelhos em minhas costelas
E toda a paz rui
No engano de pensar nas costelas do outro
Queria que tu nascesse sempre das minhas
Num pecado ensaiado
Como o anúncio das nossas chuvas sonoplástica
Agora o gato do céu se faz em lua nova
E o que foi, é um derrame no escuro
Mas ainda confio no teu erro
Ainda sei que sei mais de você que você mesmo
E toda essa mentira é um véu
Irascível por trás do escuro, o castanho
Por trás de cada poste
A nova lua que se desfaz de cheia
E vira o sorriso crescente do que há de vir.
E as estradas notívagas não tem o mantra
De quando te deixava em casa
De quanto tempo?
E me esforço com os nervos contraídos
Só esqueço dos números
Lembro teus joelhos em minhas costelas
E toda a paz rui
No engano de pensar nas costelas do outro
Queria que tu nascesse sempre das minhas
Num pecado ensaiado
Como o anúncio das nossas chuvas sonoplástica
Agora o gato do céu se faz em lua nova
E o que foi, é um derrame no escuro
Mas ainda confio no teu erro
Ainda sei que sei mais de você que você mesmo
E toda essa mentira é um véu
Irascível por trás do escuro, o castanho
Por trás de cada poste
A nova lua que se desfaz de cheia
E vira o sorriso crescente do que há de vir.
sábado, 8 de janeiro de 2011
À bailarina da escuridão
Eu aceno com as mãos espalmadas à frente como que me despedindo do que ainda não encontrei. Vou tateando o ar imerso no escuro. Na cautela de esperar pelo pior, ensaio um descompasso com meu próprio corpo. Meu corpo que não é, senão escuro. Tudo é resumido em som, e na firmeza do chão com os pés trêmulos. O som também não é, é a espera do som, que faz o silêncio se confundir com um zumbido uníssono. E como o vazio pertence a todos os conjuntos, eu sou a interseção do silêncio. Na espera de um corpo, existo sem luz. E sou só regozijo quando te reconheço com os dedos. Espero, não o nascer do sol, mas o raiar de um dia que nada mais é do que a morte da terra. Todo dia a terra morre pra ver o sol, e nada pode ser mais lindo que contemplar sua ressurreição na noite, desabotoando teu vestido como que tua íris, que de tão negra casa com a noite numa promessa sem fim. Para alguns, que ainda não se deram conta do escuro, eu sou louco. Para mim a loucura é só lucidez. Aos que não aprendem a dançar no escuro, na hora derradeira são puro temor. Ironicamente temor e a morte são anagramas de um mesmo léxico. Para mim que rio da vida, meu destino é o passado de minha morte. E no meio tempo te tiro pra dançar. Seremos eternamente estranhos, eternamente apaixonados a primeira vista. O que os olhos não vêem ao coração é só impulso. E segurando teu pulso, o silêncio se torna tua sístole. Sinto-lhe, e isso me basta como a melhor mentira mal contada.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Gat'alaxia
N'abo
Caelipse
Diztrair
Delíneas
N’um
Entreper
Nas
Sedo
Oltar
Apele
Dou-se
N’uslábios
Entrelados
Dium
Séu
Discorpo
Eão
Porentre
Galaxilas
Partos
Idas
Afro
Dit’me
Jorelhas
Alga
Zarra
Am
Berra
Gat'a:
Uns
Poligodes
Nu’s
Monocoitos
Gosa
Chol
Ke
N”quadri:
Mate-me
Ática
Ant
(r)
Caelipse
Diztrair
Delíneas
N’um
Entreper
Nas
Sedo
Oltar
Apele
Dou-se
N’uslábios
Entrelados
Dium
Séu
Discorpo
Eão
Porentre
Galaxilas
Partos
Idas
Afro
Dit’me
Jorelhas
Alga
Zarra
Am
Berra
Gat'a:
Uns
Poligodes
Nu’s
Monocoitos
Gosa
Chol
Ke
N”quadri:
Mate-me
Ática
Ant
(r)
Assinar:
Postagens (Atom)