domingo, 16 de janeiro de 2011

A boca elipse

Encontrei-me nos teus lábios labirínticos
Suave como um gole no calabouço da tua boca
E nas linhas do entorno, um equilibrista
Medindo o meio-fio na tangência do teu dorso

Na fricção do meu corpo a promessa de sangue
Com o cheiro da noite e o aviso da chuva
Hei de limpar minhas sombras com as gotas
Dividindo a Lua, no transe de te tocar o sexo.

Tua boca cartesiana desvela meu cerne em vertigem. Ver-te nua na cama é saber de onde vieram os números. O mundo pode morrer sob água ou fogo. Cada movimento em você centelha um despertar no sono dos deuses. Você é a última revelação. Eu te toco como que criando uma catástrofe no mundo. Cataclisma é te lamber os lábios e deslizar em teus seios brancos. O meteoro final, e o afogar dos mares. A erupção derradeira. O mundo morre em teu suspiro.

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