O ano passou como um artifício
As poesias se tornaram luzes
Tão esplêndidas quanto efêmeras
E no simular do branco
A noite se cansou do tempo
O recomeço se fingiu de morte
E no meio da pantomima celeste
A felicidade é um escárnio de solidão
...
O ano passou rasante
Feito uma ave de rapina
E a saudade foi caçada impiedosa
Pelo conluio dos olhos
E no manifesto da boca
Outra mulher nasce serena
No oceano torpe do que se sente
Mas permaneço déspota de meu castelo de cartas
Como sempre fui
Meu reino continua maior que o mundo
Como sempre foi
E tudo queima e arde nele
Como sempre há de ser.
Meus súditos em reverência
As vagas singelas que abrandam o fogo
Tenazes como os dedos
E livres, sobretudo livres.
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