quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
- to eat or not tweet
- um ou zero,
eis o algoritmo.
- não há tortura
sem sentimento.
- dar-se conta
é a maior generosidade.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
vir
os verbos
terminam com R
o R que encerra
o R que raia
termina com -ar
o verbo falar
o verbo da dor
termina com -er
tal como ser
a raiz deste rio
que risca
é o verbo
o eterno retorno
é a regra corrente
sair é o engano do ir
voltar é a farsa
da revolução.
terminam com R
o R que encerra
o R que raia
termina com -ar
o verbo falar
o verbo da dor
termina com -er
tal como ser
a raiz deste rio
que risca
é o verbo
o eterno retorno
é a regra corrente
sair é o engano do ir
voltar é a farsa
da revolução.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
circular
pude num rejunte
refazê-la em fragmentos
um prosaico claro
do que lembro
mas se ao menos
me fugisse uma lembrança sequer
inventaria se quisesse
um vento que despisse
a alvorada a tocar a noite
no entrelábio do crepúsculo
e te tocar -ainda- sem escrúpulos
com o falo imaginário
da palavra
com a fala incendiária
do silêncio.
refazê-la em fragmentos
um prosaico claro
do que lembro
mas se ao menos
me fugisse uma lembrança sequer
inventaria se quisesse
um vento que despisse
a alvorada a tocar a noite
no entrelábio do crepúsculo
e te tocar -ainda- sem escrúpulos
com o falo imaginário
da palavra
com a fala incendiária
do silêncio.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
no trono
o plágio é só o ágio
da preguiça
em tempo hábil,
nenhuma propriedade é privada
quando se dá
descarga.
da preguiça
em tempo hábil,
nenhuma propriedade é privada
quando se dá
descarga.
sábado, 18 de outubro de 2014
sabedoria
a barba não significa
senão
o resto morto
que te sai
do rosto
sabedoria
é
ser como um bebê
quanto te nasce
a barba.
senão
o resto morto
que te sai
do rosto
sabedoria
é
ser como um bebê
quanto te nasce
a barba.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Incoerente holístico (ou narciso iconoclasta)
Ó verdadeiro, chame-me de hipócrita
Pois do alto signo da coerência,
Miro o estandarte da sua antípoda
Eis a minha ética, eis a minha sina.
Ó falso, chame-me de justo
Pois do raso espelho que reflete,
Sei que sou tão poça quanto gente,
Eis a minha face, eis a minha mente.
Pois do alto signo da coerência,
Miro o estandarte da sua antípoda
Eis a minha ética, eis a minha sina.
Ó falso, chame-me de justo
Pois do raso espelho que reflete,
Sei que sou tão poça quanto gente,
Eis a minha face, eis a minha mente.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
sob (re)
um corpo
sob uma pilha de corpos
u m m orto
so b um a pi lha dem ortos
um som
so b uma pilha de sons
uma vo n tade
so b um ap ilha de v ont ades
u ma mulher
s ob uma pilha dem ulher es
um desejo
sobumapilhadedesejos
umahora
sob u m a p i l h a d e t e m p o
uma palavra
sob um texto
um sentido
sob todos
um
sob re
outro.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
haicai sem sinal
..........................................
(jesus voltou e ninguém viu
não pega 3G na puta que pariu)
(jesus voltou e ninguém viu
não pega 3G na puta que pariu)
domingo, 21 de setembro de 2014
filtro vermelho
do fundo do bar lotado
entre cotovelos brancos
o olhar atilado da mulher
se afixa em sua medula
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela digita algum sinal
indefinido na maça do rosto
apoiado pelas belas mãos
de unhas pretas
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
a mulher não se cansa
e o olhar se mantém
indefectível à sete mesas
e duas doses de distância.
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
"mestre, a última e fecha conta!"
"espera, leva isso pra mesa
do fundo na última esquina
do lado da porta de saída"
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela abre o guardanapo
lê e toma o gole final
o provocante sorriso de soslaio
se prepara para ir embora
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
paixão à primeira vista
única e verdadeira,
se soubesse teu nome,
mandava tatuar
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
entre cotovelos brancos
o olhar atilado da mulher
se afixa em sua medula
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela digita algum sinal
indefinido na maça do rosto
apoiado pelas belas mãos
de unhas pretas
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
a mulher não se cansa
e o olhar se mantém
indefectível à sete mesas
e duas doses de distância.
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
"mestre, a última e fecha conta!"
"espera, leva isso pra mesa
do fundo na última esquina
do lado da porta de saída"
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela abre o guardanapo
lê e toma o gole final
o provocante sorriso de soslaio
se prepara para ir embora
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
paixão à primeira vista
única e verdadeira,
se soubesse teu nome,
mandava tatuar
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
sábado, 30 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
entropia
in-transitável pensamento
da forma se pode esculpir
uma cratera inexorável em um planeta inóspito
a geografia do teu sentimento -
condenado a condição de existir
o ser é o verbo em movimento
da forma se pode esculpir
uma cratera inexorável em um planeta inóspito
a geografia do teu sentimento -
condenado a condição de existir
o ser é o verbo em movimento
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
diáspora
do outro lado da rua,
um muro pichado:
NÃO COMPORTA AVISO
- para onde você vai?
- porque?
- você vai nos deixar?
- assim sem mais nem menos?
e de malas prontas sai.
depois do sétimo passo, olha para trás.
já não há mais casa
ouvira o alerta dos ataques pelo rádio
o seu passado irredutível
implodido de repente pela artilharia
um tanque se move pela esquina
e já não sabe a quem pedir ajuda.
olha para trás novamente
e sua casa agora está refeita
como um mosaico do que foi
na iminência de desabar
ao mais leve toque.
para,
abre as malas em busca de uma solução.
em meio as roupas empoeiradas,
uma arma e uma bandeira - retorna-os.
acha o que procura.
liga o rádio e espera.
um muro pichado:
NÃO COMPORTA AVISO
AOS QUE SE DEIXAM SEDUZIR
- para onde você vai?
- porque?
- você vai nos deixar?
- assim sem mais nem menos?
e de malas prontas sai.
depois do sétimo passo, olha para trás.
já não há mais casa
ouvira o alerta dos ataques pelo rádio
o seu passado irredutível
implodido de repente pela artilharia
um tanque se move pela esquina
e já não sabe a quem pedir ajuda.
olha para trás novamente
e sua casa agora está refeita
como um mosaico do que foi
na iminência de desabar
ao mais leve toque.
para,
abre as malas em busca de uma solução.
em meio as roupas empoeiradas,
uma arma e uma bandeira - retorna-os.
acha o que procura.
liga o rádio e espera.
domingo, 3 de agosto de 2014
o póstumo mistério
o velho já vê fronteiras em espaços vazios
e há quem sinta a liberdade pulsando no corpo.
e diz: o ritual é o próprio milagre.
mas quando do acordar instantâneo for tarde
e já pairar o esquecimento por suas engrenagens,
assumirá os limites de talvez ter com os dinossauros
um signo coletivo explicado em uma enciclopédia virtual
ou menos - tornar-se o fóssil bruto
de um tempo digital que não queima.
e já pairar o esquecimento por suas engrenagens,
assumirá os limites de talvez ter com os dinossauros
um signo coletivo explicado em uma enciclopédia virtual
ou menos - tornar-se o fóssil bruto
de um tempo digital que não queima.
sábado, 2 de agosto de 2014
quinta-feira, 31 de julho de 2014
plano inclinado
teleférica saída
movediça
me arrasto
espacialmente
assistindo-me
no mundo
o influxo
do resto
que passa
me é
a mecânica
no trajeto
ultraje
condenável
ser destemidamente
até
o derradeiro
vértice
indesigno
de um horizonte
tórpido de destino
como o antes
à vista,
o exuberante quadro
do agora sem fim.
movediça
me arrasto
espacialmente
assistindo-me
no mundo
o influxo
do resto
que passa
me é
a mecânica
no trajeto
ultraje
condenável
ser destemidamente
até
o derradeiro
vértice
indesigno
de um horizonte
tórpido de destino
como o antes
à vista,
o exuberante quadro
do agora sem fim.
terça-feira, 29 de julho de 2014
fidelidade
fui sempre fiel
a única mulher
que se transmuta
em todas.
e sempre
assisti suas traições
com outros
eus inconscientes.
a única mulher
que se transmuta
em todas.
e sempre
assisti suas traições
com outros
eus inconscientes.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
inverno solar
a câmera é a arma do avesso
eterniza ao invés de matar
os olhos
no meio do nada incrementado
se fecham
e tudo se une fragmentado
no acaso
à beira do infinito
à beira mar
o vitral opaco
pedras portuguesas
sustentam o verso
o passo ruma
a próxima província
deparada a paisagem inefável
de uma fotografia
que eternamente aguarda ser revelada
eterniza ao invés de matar
os olhos
no meio do nada incrementado
se fecham
e tudo se une fragmentado
no acaso
à beira do infinito
à beira mar
o vitral opaco
pedras portuguesas
sustentam o verso
o passo ruma
a próxima província
deparada a paisagem inefável
de uma fotografia
que eternamente aguarda ser revelada
quarta-feira, 23 de julho de 2014
tempestade de areia
árida esfinge
que me cerca
a tua presença
sentida na falta
que me faz
e refaz
e que me acerta
de algum lugar
que não existe
em algum lugar
que já não sou
mas que me afeta
e me desperta
de um infinito minguante
o teu estandarte crescente.
que me cerca
a tua presença
sentida na falta
que me faz
e refaz
e que me acerta
de algum lugar
que não existe
em algum lugar
que já não sou
mas que me afeta
e me desperta
de um infinito minguante
o teu estandarte crescente.
monismo
palavra-pedra
atire-me daqui
orbite-me
no monismo absoluto
de sermos
pedra-palavra
em movimento
ou no equilíbrio
que é a espera,
um sempre
lançamento
desatento.
atire-me daqui
orbite-me
no monismo absoluto
de sermos
pedra-palavra
em movimento
ou no equilíbrio
que é a espera,
um sempre
lançamento
desatento.
Epifania (ou semáforo seminal)
Espermatozoides correm
Pela cidade infértil
Uma fortaleza amarela se ergue
imprecisa
O sinal vermelho é total
(por 1 segundo)
Olhe para os lados
E assista a vaguidão
Nos olhos de seus filhos..
Nos olhos de seus filhos..
- O sinal verde
Passe!
O mais rápido que puder,
antes que te cortem pela esquerda.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Poema ditado
Dizem que existe o poema lunar
Intangibilizado no ar.
Dizem que somos o poema solar
Fragmentado no ser.
Dizem que viríamos ter
O poema aberto ao devir.
Dizem que podemos sentir
O poema que não ousam dizer.
Intangibilizado no ar.
Dizem que somos o poema solar
Fragmentado no ser.
Dizem que viríamos ter
O poema aberto ao devir.
Dizem que podemos sentir
O poema que não ousam dizer.
Da escura face da lua
Na face escura da lua
O que se vê?
Será que o céu
É mais estrelado?
Será que eu
Durmo ao seu lado?
Será que da lua
A terra insinua
A solidão que se vê?
Será que flutua
Da face escura da lua
O meu pensamento em você?
O que se vê?
Será que o céu
É mais estrelado?
Será que eu
Durmo ao seu lado?
Será que da lua
A terra insinua
A solidão que se vê?
Será que flutua
Da face escura da lua
O meu pensamento em você?
sábado, 5 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
à lhermu da noite nua
Na noite camuflada
A indecente sensação
De te ver num pulso
Que empunha um cigarro
E a tua sexualização
imagética no simples
sinal da lua
Refratadas nuvens
Aquecem-me
O vento que corta
Antes que me esqueça
Reduzo-me às esquinas
E a contento da noite
Espero que tu passes logo
Pois pra salvar-me
Do dia que vem
Inexoravelmente
A derreter a lua,
Só o que posso
É o que passa
E espero.
A indecente sensação
De te ver num pulso
Que empunha um cigarro
E a tua sexualização
imagética no simples
sinal da lua
Refratadas nuvens
Aquecem-me
O vento que corta
Antes que me esqueça
Reduzo-me às esquinas
E a contento da noite
Espero que tu passes logo
Pois pra salvar-me
Do dia que vem
Inexoravelmente
A derreter a lua,
Só o que posso
É o que passa
E espero.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
vão
se você
estiver
e
se você
me vier
pelo vão
entre
eu
e
você
é e será
somente
porque
há
um fim
no
começo
há
um mim
nos
pedaços
que vêm
e que vão
e
que faz
do
viver
um
pequeno
compasso
entre
eu
e
você
um
espaço
aberto
ao
fracasso
que
me faz
e te traz
no
estrago
do
sopro
do laço
que
é
sem porquê
o
ponteiro
dobrado
na
hora
marcada
de
eu
e
você.
estiver
e
se você
me vier
pelo vão
entre
eu
e
você
é e será
somente
porque
há
um fim
no
começo
há
um mim
nos
pedaços
que vêm
e que vão
e
que faz
do
viver
um
pequeno
compasso
entre
eu
e
você
um
espaço
aberto
ao
fracasso
que
me faz
e te traz
no
estrago
do
sopro
do laço
que
é
sem porquê
o
ponteiro
dobrado
na
hora
marcada
de
eu
e
você.
sábado, 7 de junho de 2014
ainda que
o indivíduo
é um delírio,
ainda que
coletivo.
tudo é
indivisível,
ainda que
partido.
a montanha
é irredutível,
ainda que
ínfima.
o sol
é irreversível,
ainda que
finito.
o amor
é um sim,
ainda que
não.
é um delírio,
ainda que
coletivo.
tudo é
indivisível,
ainda que
partido.
a montanha
é irredutível,
ainda que
ínfima.
o sol
é irreversível,
ainda que
finito.
o amor
é um sim,
ainda que
não.
sábado, 31 de maio de 2014
lacuna
sempre fui avesso à rotina. ___________e como querendo deixar de sê-lo, me pus a repetir um pouco pra não enjoar-me ____________do novo. esta lacuna, de novo,___________ - um sempre circunscrito no gelo -_______ a metapropriedade das coisas. algo a ser_________________, e que por definição, se apropria de outros_____________ significados. um relógio que toca pra te lembar de dormir. uma lembrança que dorme num relógio quebrado. dessas pequenas totalidades são feitas as condições de sermos ____________ atenciosamente, servos
desta lei inflexível de existir sendo lacuna _____________________
desta lei inflexível de existir sendo lacuna _____________________
quarta-feira, 28 de maio de 2014
re-conhe-ser
cabe aqui
o delírio
de um ser coletivo
que não vê
mas que sente
autóctone de si
que nada pode ser
mais dos outros
que o conhecimento.
o delírio
de um ser coletivo
que não vê
mas que sente
autóctone de si
que nada pode ser
mais dos outros
que o conhecimento.
ser
cabe aqui
o delírio
de um ser coletivo
que não vê
mas que sabe
autóctone de si
que nada pode ser
mais dos outros
que o sentimento.
o delírio
de um ser coletivo
que não vê
mas que sabe
autóctone de si
que nada pode ser
mais dos outros
que o sentimento.
terça-feira, 20 de maio de 2014
posteridade
nada ocorre
a não ser
um nada
que incorre
que incorre
ao que morre
numa erosão
insone
insone
que corrói
do nada
do nada
ao silicone.
metonímia (parte 2/2)
enquanto ferida, pulsa feito o músculo -
a consciência intracraniana do universo
- soa o suor do oceano
objeto-sol do sorriso
na renovação metamórfica
do olhar de você:
um espelho d'água que esclarece
a miragem imaginária de um martelo.
domingo, 18 de maio de 2014
o cego na via
lacto despejo
como a lágrima insuportável
como a lástima inseparável
desnaturada escuridão.
desnorteadamente
alada
como a libélula
no furacão
e em cada rajada de vento
inesperada,
a certeza de que de vontade
não basta
diante a sorte do incontrolável de ser
um ponto à mercê da via láctea
um ponto à mercê da via láctea
sábado, 17 de maio de 2014
eu outrem
outrem
fui melhor
o ontem
é o outro
o dia é
largo
dia l é
ticamente
lago
dial
éticamente
galo
chicleticamente
galáxia
amanhã
do pior
fui melhor
o ontem
é o outro
o dia é
largo
dia l é
ticamente
lago
dial
éticamente
galo
chicleticamente
galáxia
amanhã
do pior
arqueolíngua
o homem moderno
em seu carro vintage
- australopitecos
máxima
desse
deus ex-machina
num guindaste
plástico
se apoderando
do tempo.
- antropófago
vestígio
dentro da língua clara:
um osso
ou dez mil
de terno
na palavra que me pariu
sepulto no léxico
da inteligível
média móvel
entre o que morre
e o que se esquece.
mas cavo,
até ser-me língua
e balbuciar a sede
com grunhidos poéticos.
em seu carro vintage
- australopitecos
máxima
desse
deus ex-machina
num guindaste
plástico
se apoderando
do tempo.
- antropófago
vestígio
dentro da língua clara:
um osso
ou dez mil
de terno
na palavra que me pariu
sepulto no léxico
da inteligível
média móvel
entre o que morre
e o que se esquece.
mas cavo,
até ser-me língua
e balbuciar a sede
com grunhidos poéticos.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Modérme
Esquizo
Tropeço
Oligo
Desnível
Imperceptível
Começo
Espasmódico
Fim
Prevejo
Fáustico
Desejo
Convexo
Hemodiálico
Rim
Boêmio
Sim
O inefável
Voraz
Verte
Esquálido
Não
Metálico
Em
Mim.
Tropeço
Oligo
Desnível
Imperceptível
Começo
Espasmódico
Fim
Prevejo
Fáustico
Desejo
Convexo
Hemodiálico
Rim
Boêmio
Sim
O inefável
Voraz
Verte
Esquálido
Não
Metálico
Em
Mim.
quarta-feira, 30 de abril de 2014
Bocejo
Neste domicílio
Sem sono sem brilho
Um filho
Em forma de rima
Em forma de sina
Mimética mínima
Da falta de sono
Da falta de clima.
Sem sono sem brilho
Um filho
Em forma de rima
Em forma de sina
Mimética mínima
Da falta de sono
Da falta de clima.
terça-feira, 22 de abril de 2014
segunda-feira, 21 de abril de 2014
herói
estou no sub
da urbe
à 10.000 km/h
viajando de
trem-bala perdida
pelas veias
desta cidade fodida.
domingo, 20 de abril de 2014
esque cimento (ou quando todos os sinais estão vermelhos)
você lê ou vê algo absolutamente banal
(subitamente) se dá conta de que talvez possa não esquecer daquilo nunca mais:
o vento passa novamente, e você
[futilmente] não consegue lembrar de mais nada
a não ser diante deste segundo fundamental de reflexão, em que toda a cidade medita.
{simultaneamente} os sinais estão fechados - do cruzamento à avenida.
mas o uivo livre e improvável que rasga a arquitetura deste prédio
destoa do ohm brilhante, que pela chuva fina na ribalta, contempla este concerto imóvel de carros.
o segundo passa, e recordo meu nome.
- um belo nome pra uma rua sem saída.
(subitamente) se dá conta de que talvez possa não esquecer daquilo nunca mais:
o vento passa novamente, e você
[futilmente] não consegue lembrar de mais nada
a não ser diante deste segundo fundamental de reflexão, em que toda a cidade medita.
{simultaneamente} os sinais estão fechados - do cruzamento à avenida.
mas o uivo livre e improvável que rasga a arquitetura deste prédio
destoa do ohm brilhante, que pela chuva fina na ribalta, contempla este concerto imóvel de carros.
o segundo passa, e recordo meu nome.
- um belo nome pra uma rua sem saída.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
uni
nosso inimigo está ali
logo atrás daquele muro
e essa guerra que nos envolve
também é a que nos une
nossos amigos estão ali
logo atrás daqueles braços
e esses abraços que nos envolvem
também são os que nos unem
nossos filhos estão ali
logo atrás daquela porta
e essa casa que nos envolve
também é o que nos une
eu estou ali
logo atrás de mim
e esse eu que me envolve
também é o que me une
tudo está ali
logo atrás do que se vê
e aquilo que envolve o tudo
é a própria união revelada de todas as coisas.
logo atrás daquele muro
e essa guerra que nos envolve
também é a que nos une
nossos amigos estão ali
logo atrás daqueles braços
e esses abraços que nos envolvem
também são os que nos unem
nossos filhos estão ali
logo atrás daquela porta
e essa casa que nos envolve
também é o que nos une
eu estou ali
logo atrás de mim
e esse eu que me envolve
também é o que me une
tudo está ali
logo atrás do que se vê
e aquilo que envolve o tudo
é a própria união revelada de todas as coisas.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
cardial
tua alma exposta no varal
e da varanda, o coração pula
na palma que não cabe
e como haveria de caber,
o que não se mede?
e como poderia haver,
o que não se vê?
vendo o que não se pode,
medira o mundo com o que havia
a mão espalmada vazia
e todas as direções abertas de sentido.
segunda-feira, 7 de abril de 2014
the feast
themed maze
infinite gaze
a bitter blaze
which phases
the moons
to the deep
to the crust
to the deep
to the crust
infinite gaze
themed maze
the eye of the beholder
beholds a beast
serving its feast
to the deep
to the crust
to the lonely moon
within.
infinite gaze
a bitter blaze
which phases
the moons
to the deep
to the crust
to the deep
to the crust
infinite gaze
themed maze
the eye of the beholder
beholds a beast
serving its feast
to the deep
to the crust
to the lonely moon
within.
corda bamba
o retrato sintético da espécie
no olhar desta mulher que me vê
a vertigem da palavra não dita
e a coragem dos equilibristas
do último estreito penhasco:
a voz.
e do meio do silêncio total:
você
feita um malabar
suspenso no ar
feita a própria gravidade
caindo em si mesma
.
.
no olhar desta mulher que me vê
a vertigem da palavra não dita
e a coragem dos equilibristas
do último estreito penhasco:
a voz.
e do meio do silêncio total:
você
feita um malabar
suspenso no ar
feita a própria gravidade
caindo em si mesma
.
.
domingo, 30 de março de 2014
solto
tudo é mais solto
de samba-canção
tudo é mais morto
quando solto
quando soltas
teu corpo
no samba
do Horto
tudo é mais solto
de alma lavada
tudo é mais solto
quando lava
ou quando lama
tudo é mais solto
na cama
tudo é mais solto
quando ando
calmo
e desço pra levar
o carma
pra se aliviar.
de samba-canção
tudo é mais morto
quando solto
quando soltas
teu corpo
no samba
do Horto
tudo é mais solto
de alma lavada
tudo é mais solto
quando lava
ou quando lama
tudo é mais solto
na cama
tudo é mais solto
quando ando
calmo
e desço pra levar
o carma
pra se aliviar.
"tudo não passa de ser um tudo passando"
inconsciente de nossas classes
fazemos e alimentamos pedaços
com nosso vocabulário comum.
alguma violência se vê
pelo sentinela que não dorme:
o dia continua dia,
a noite continua noite.
mas antes que seja tarde,
perceba que são só as nuvens
que mudam o teu humor.
tudo permanece
à imanência de ser
o que passa.
fazemos e alimentamos pedaços
com nosso vocabulário comum.
alguma violência se vê
pelo sentinela que não dorme:
o dia continua dia,
a noite continua noite.
mas antes que seja tarde,
perceba que são só as nuvens
que mudam o teu humor.
tudo permanece
à imanência de ser
o que passa.
sexta-feira, 28 de março de 2014
pacto
o pouso de um mosquito
em minha mão
- que não ousa
.
existe uma fragilidade na megalomania
tal qual o cataclismo se disfarça na retina
.
e quando a pele sente
a imóvel presença,
sutilmente decola
o sangue de um coração
- que não pousa
em minha mão
- que não ousa
.
existe uma fragilidade na megalomania
tal qual o cataclismo se disfarça na retina
.
e quando a pele sente
a imóvel presença,
sutilmente decola
o sangue de um coração
- que não pousa
quinta-feira, 27 de março de 2014
Oração aos comuns
Incorre-me o desatino dos heróis
Quando penso dos que morrem em vão
Beatificados pela crendice alheia
Mas que não ousaram ser mais um
Pois os ordinários são maiores
Do que os santos de uma fé cega de faca amolada
O meu pão, é com manteiga.
Quando penso dos que morrem em vão
Beatificados pela crendice alheia
Mas que não ousaram ser mais um
Pois os ordinários são maiores
Do que os santos de uma fé cega de faca amolada
O meu pão, é com manteiga.
sábado, 22 de março de 2014
camburão aberto
a palavra guarda o rastro
e o meio da rua arrasta
a multidão de uma mulher
que passa
enquanto assam mulheres na praia
o meio-fio de uma paisagem cortada
cinge a esfinge de um cartão postal
no asfalto à medida do sol,
a estatística infinita da fricção.
e o meio da rua arrasta
a multidão de uma mulher
que passa
enquanto assam mulheres na praia
o meio-fio de uma paisagem cortada
cinge a esfinge de um cartão postal
no asfalto à medida do sol,
a estatística infinita da fricção.
sexta-feira, 21 de março de 2014
red light
na engrenagem
irreversível das consequências,
de repente paramos
nos deparando
com o velho sonho estroboscópico
- o letreiro neon oscila:
"AGORA" -
e em cada sucessão
com o velho sonho estroboscópico
- o letreiro neon oscila:
"AGORA" -
e em cada sucessão
de segundos,
o piscar dos olhos:
o piscar dos olhos:
cabe sempre a sombra
na intermitência errada,
e o eterno 'agora'
na intermitência errada,
e o eterno 'agora'
no fundo da consciência
dos que se dão conta;
todos os mortos
dos que se dão conta;
todos os mortos
movem-se em mim,
aqui,
à toda a hora,
em que prevemos
o futuro com nossos
braços e pernas
,com nossas
máquinas e setas -
e, assim,
necromanticamente
o presente destila
o destino póstumo
que nos empodera
a fazer tudo o que podemos
entre o breve instante
do despertador que não toca
e o sonho que nos lembra de acordar.
e, assim,
necromanticamente
o presente destila
o destino póstumo
que nos empodera
a fazer tudo o que podemos
entre o breve instante
do despertador que não toca
e o sonho que nos lembra de acordar.
domingo, 9 de março de 2014
the roller stoner
never too late
to roll the stones
never my fate
to fool the bones
rock
and
roll
it's all the matter
all that matters
to roll the stones
never my fate
to fool the bones
rock
and
roll
it's all the matter
all that matters
sexta-feira, 7 de março de 2014
Para ela
Toco-lhe. As léguas de teu fio de cabelo.
Vejo-lhe. De perto.
Da estante de teu lábio.
Leio-lhe.
Alheio de estar-me.
Sinto-lhe.
A vibração da tua voz.
Digo-lhe. Refletido em seus olhos.
Que não há chão em meu quarto.
E travesseiro que te comporte em sonho.
Espero-lhe.
No presente e no afeto de teu sorriso.
Durmo-lhe.
Feito a sombra que aquece-lhe a lua.
Vejo-lhe. De perto.
Da estante de teu lábio.
Leio-lhe.
Alheio de estar-me.
Sinto-lhe.
A vibração da tua voz.
Digo-lhe. Refletido em seus olhos.
Que não há chão em meu quarto.
E travesseiro que te comporte em sonho.
Espero-lhe.
No presente e no afeto de teu sorriso.
Durmo-lhe.
Feito a sombra que aquece-lhe a lua.
quinta-feira, 6 de março de 2014
quarta-feira, 5 de março de 2014
Lensóis
Mulher,
Tua carne molhada
Imprime
A curva suave
Que rije
O sorriso das pernas
Dessa outra mulher
Melhor
Vestida de suor
E de beijo
No corpo-acidente
Da língua
Entre o céu incidente
E o ensejo
Entre o seu indecente
Desejo.
Tua carne molhada
Imprime
A curva suave
Que rije
O sorriso das pernas
Dessa outra mulher
Melhor
Vestida de suor
E de beijo
No corpo-acidente
Da língua
Entre o céu incidente
E o ensejo
Entre o seu indecente
Desejo.
Balanço
Covarde, exito.
E tu sabes, com o poder de quem vê sem ser vista,
Que saber sem dizer é o que eu sempre tentei.
Tentei ser a tua qualidade melhor.
A que talvez eu tenha amado à primeira vista quando ainda tinha coragem.
Quando era e não precisava de palavras.
Mas as coisas parecem que morrem quando começamos a escrevê-las
Como que num desejo escondido de que precisamos lembrá-las
Antes que esqueçamos de tudo.
E hoje, parece que envelheci trinta anos.
Ou talvez as coisas ao meu redor tenham envelhecido.
Apesar de tudo, o mundo da janela está melhor.
A primavera raia através da velha porta de madeira.
E nada como deixar um pouco de poeira pra conservar
Porque não há nada bonito que não tenha história.
E tu sabes, com o poder de quem vê sem ser vista,
Que saber sem dizer é o que eu sempre tentei.
Tentei ser a tua qualidade melhor.
A que talvez eu tenha amado à primeira vista quando ainda tinha coragem.
Quando era e não precisava de palavras.
Mas as coisas parecem que morrem quando começamos a escrevê-las
Como que num desejo escondido de que precisamos lembrá-las
Antes que esqueçamos de tudo.
E hoje, parece que envelheci trinta anos.
Ou talvez as coisas ao meu redor tenham envelhecido.
Apesar de tudo, o mundo da janela está melhor.
A primavera raia através da velha porta de madeira.
E nada como deixar um pouco de poeira pra conservar
Porque não há nada bonito que não tenha história.
segunda-feira, 3 de março de 2014
naval
no entreato
o confete mutilado no asfalto
a formação rochosa que assiste
o céu e a engenharia indiferentes
desabando sobre os foliões
...
a paz, a obscura fantasia do caos.
a greve dos garis
nos faz sentir vivos
o confete mutilado no asfalto
a formação rochosa que assiste
o céu e a engenharia indiferentes
desabando sobre os foliões
...
a paz, a obscura fantasia do caos.
a greve dos garis
nos faz sentir vivos
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Mil milésimos
Nasça
Segundo.
[Prematuro
Indesejado
Segundo,
>
Dissipe
A inércia
Que nos corrói
>
Funde
A surpresa
No espaço
>
Faça
Aquilo
Que esperávamos
Sem sequer saber
>
E passe desvairado
Para que não sobre dúvidas
De que nunca estivemos certos]
Segundo.
[Prematuro
Indesejado
Segundo,
>
Dissipe
A inércia
Que nos corrói
>
Funde
A surpresa
No espaço
>
Faça
Aquilo
Que esperávamos
Sem sequer saber
>
E passe desvairado
Para que não sobre dúvidas
De que nunca estivemos certos]
terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
sonho derradeiro
catartica
antartica
que remete
à remetente
desta carta
e ao sol
que dela escreve
enquanto
de cá a neve
cristaliza
o nervo
da noite sem-fim
e que dissolve
quando do sim
o ensolarado
beijo imaginário
de quem
inventa a própria sorte
diante
do frio nebuloso
e sombrio
da certeza da morte.
antartica
que remete
à remetente
desta carta
e ao sol
que dela escreve
enquanto
de cá a neve
cristaliza
o nervo
da noite sem-fim
e que dissolve
quando do sim
o ensolarado
beijo imaginário
de quem
inventa a própria sorte
diante
do frio nebuloso
e sombrio
da certeza da morte.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Depois do ainda
Depois da natureza do sexo,
O constrangimento em se vestir.
Não podemos estar nus
Já que não estamos sós,
Ainda que nos amamos mais
Do que a nós mesmos.
Depois da inflexão do amor,
A estranheza da autonomia.
Não podemos ser livres,
Já que também somos corpos,
Ainda que não saibamos quais
As leis que nos infligem.
Depois da sentença da vida,
O silêncio.
Não poderão nos salvar,
Já que fomos voz,
Ainda que não soubéssemos ouvir
Uns aos outros.
O constrangimento em se vestir.
Não podemos estar nus
Já que não estamos sós,
Ainda que nos amamos mais
Do que a nós mesmos.
Depois da inflexão do amor,
A estranheza da autonomia.
Não podemos ser livres,
Já que também somos corpos,
Ainda que não saibamos quais
As leis que nos infligem.
Depois da sentença da vida,
O silêncio.
Não poderão nos salvar,
Já que fomos voz,
Ainda que não soubéssemos ouvir
Uns aos outros.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Fio
De todas as coisas declaradas minhas,
De um velho estojo de bolas de gude
Ao universo que está por vir,
Do mais virtual absurdo
À mais concreta utilidade,
A extensão de mim que vale
São os olhos de quem me lê.
De um velho estojo de bolas de gude
Ao universo que está por vir,
Do mais virtual absurdo
À mais concreta utilidade,
A extensão de mim que vale
São os olhos de quem me lê.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Admirável submundo novo
Andando na linha
Andando na linha do trem
Andando na linha
Andando na linha pra quem?
Nervos de ácido
Helicóptero
Pterodáctilo
Andando na linha
Andando na linha do trem
Andando na linha
Andando na linha pra quem?
Andando na linha do trem
Andando na linha
Andando na linha pra quem?
Nervos de ácido
Helicóptero
Pterodáctilo
Andando na linha
Andando na linha do trem
Andando na linha
Andando na linha pra quem?
domingo, 19 de janeiro de 2014
represa e prosa
de modo que as coisas mudam seu curso,
sejam elas mesmas, as circunstâncias
ou as insistências naturais daquilo que não podemos controlar.
foi assim que eu, balseiro de toda uma vida,
após uma temporada em outras águas,
retomei o velho rio que me fez.
nele, agora, acimentaram muros pra mais de metro,
e as árvores, que antes logravam os céus e faziam sombra,
já não eram mais vistas.
arrepresaram tudo. disseram que era pra fazer luz.
ora, isso é sabido.
sem a sombra do mato o que vai nos proteger da luz?
sejam elas mesmas, as circunstâncias
ou as insistências naturais daquilo que não podemos controlar.
foi assim que eu, balseiro de toda uma vida,
após uma temporada em outras águas,
retomei o velho rio que me fez.
nele, agora, acimentaram muros pra mais de metro,
e as árvores, que antes logravam os céus e faziam sombra,
já não eram mais vistas.
arrepresaram tudo. disseram que era pra fazer luz.
ora, isso é sabido.
sem a sombra do mato o que vai nos proteger da luz?
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Insight Big Brother
Considerando todos os gênios anônimos que tive o prazer de conhecer - entre amigos, conhecidos ou virtuosos virtuais pelos blogs da vida -, posso dizer sem medo, que o sucesso é, senão uma contingência (sem negar obviamente o esforço em estar preparado para ela), um imenso jabá de merda.
suco
o tempo passa - como nunca deixou de fazê-lo -
e as inspirações se dobram à preguiça,
a disposição, aos luxos,
sucessivamente..
o de sempre estampa sua marca:
o tempo passa, e apodrece em nós.
e as inspirações se dobram à preguiça,
a disposição, aos luxos,
sucessivamente..
o de sempre estampa sua marca:
o tempo passa, e apodrece em nós.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
estrela de nêutrons
semblântico rosto
porventure-se pelo ar
instantâneo entreposto
do amante, o luar
cintilante reflexo
face espumante do mar
o escuro convexo,
o inexo léxico do olhar.
(constelada providência:
o pulsar no rastro raso
- a que sigo à incidência
bombardeada de acaso-
em cada qual, um gesto
e uma espera sem prazo
entre um rosto e o resto:
o teu sinal indecifrado)
domingo, 12 de janeiro de 2014
Abrigo
Abrigue-me em ti.
Nem que seja por tentar me lembrar.
Nem que seja por tentar me esquecer.
Nem que seja por tentar.
Abrigue-me em ti.
Nem que seja pela respiração.
Nem que seja pela falta de ar.
Nem que seja pelo coração.
Abrigue-me em ti.
Nem que tudo não faça sentido.
Nem que tudo não tenha emoção.
Nem que tudo se tenha perdido.
Abrigue-me em ti.
Nem que eu deixe de ser.
Nem que eu, fora de si,
Nem que eu seja você.
Nem que eu seja você.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
The midst
Of you
In the midst
The mysterious blue
Patiently stills.
The shapeless feel
Turns the hues
In the sharpest hills
That rainbows beneath
Your teeth.
You calm bliss
Of me.
In the midst
The mysterious blue
Patiently stills.
The shapeless feel
Turns the hues
In the sharpest hills
That rainbows beneath
Your teeth.
You calm bliss
Of me.
DIVAGAÇÃO
A AÇÃO sobrepõe-se à NEGAÇÃO.
O ÓCIO sobrepõe-se ao NEGÓCIO.
É através de um IMPERATIVO DIALÉTICO que a AÇÃO ganha forma transformadora.
Não se trata de uma auto-subjetivação questionadora, de uma frase ética universal, mas justamente da AÇÃO PARTICULAR EM VIAS AO UNIVERSAL.
" Algo inédito foi declarado, fora de órbita, provocando risos e suscitando o absurdo. Esse fora do lugar é a condição de universalidade. Quem a declara, instaura uma ruptura e cria um novo sujeito. O universal é laico porque está ligado ao leigo - não diz respeito à classe, é alheio ao poder e não pertence a nenhuma ordem. O ser é múltiplo e contingente justamente porque não atende a nenhuma necessidade."
O ÓCIO sobrepõe-se ao NEGÓCIO.
É através de um IMPERATIVO DIALÉTICO que a AÇÃO ganha forma transformadora.
Não se trata de uma auto-subjetivação questionadora, de uma frase ética universal, mas justamente da AÇÃO PARTICULAR EM VIAS AO UNIVERSAL.
" Algo inédito foi declarado, fora de órbita, provocando risos e suscitando o absurdo. Esse fora do lugar é a condição de universalidade. Quem a declara, instaura uma ruptura e cria um novo sujeito. O universal é laico porque está ligado ao leigo - não diz respeito à classe, é alheio ao poder e não pertence a nenhuma ordem. O ser é múltiplo e contingente justamente porque não atende a nenhuma necessidade."
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
cenário
cósmico cuspe
renasce e refaz-se
na inundação evaporada
do mistério
cava a chuva
que risca
o que corre pelas veias
em calmaria
passe
ainda que o tempo encontre
à tempo os que se perdem
em vão
cisme o vento
pois reside ao assovio
a cor que nos respira
não estaremos mais aqui
e a memória é e será sempre mais fraca que o chão.
renasce e refaz-se
na inundação evaporada
do mistério
cava a chuva
que risca
o que corre pelas veias
em calmaria
passe
ainda que o tempo encontre
à tempo os que se perdem
em vão
cisme o vento
pois reside ao assovio
a cor que nos respira
não estaremos mais aqui
e a memória é e será sempre mais fraca que o chão.
Assinar:
Postagens (Atom)