domingo, 20 de abril de 2014

esque cimento (ou quando todos os sinais estão vermelhos)

você lê ou vê algo absolutamente banal
(subitamente) se dá conta de que talvez possa não esquecer daquilo nunca mais:

o vento passa novamente, e você
[futilmente] não consegue lembrar de mais nada

a não ser diante deste segundo fundamental de reflexão, em que toda a cidade medita.
{simultaneamente} os sinais estão fechados - do cruzamento à avenida.

mas o uivo livre e improvável que rasga a arquitetura deste prédio
destoa do ohm brilhante, que pela chuva fina na ribalta, contempla este concerto imóvel de carros.

o segundo passa, e recordo meu nome.
- um belo nome pra uma rua sem saída.



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