Nos dias mais calados
Acompanhados do nada
E quero que veja que esse corredor
Não são paralelas de cantos, lados, teto e chão,
Mas o berço do meu próprio torpor
Que engatinha desatento ao lago Razão.
E antes do senão, ver te vendo
Pelo espelho que um dia foi areia
De uma praia qualquer que em cheia
Bebeu das águas do mar Obsessão.
Olhos bem pregados, pois não?
Costura de mantos de laços de fibras
Teus músculos estão à mostra
Em preto, amarelo, em vermelho.
Instintos em tinta que já não mais são,
Vieram do inferno
Do seco deserto Percepção.
No quarto, sou quadro de outra miragem
Que olha pra si como outrem
E como os peixes dos mesmos pescadores
Da estiagem, das dunas e mares
Que areiam como eu, parte
Do que já foi montanha ou concha
Ou vento ou lava; ou sangue.
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