Soluços do asfalto asfixiam
E descrevo arrastando os pés na calçada
Chuviscos de lama
As gotas atordoam as formigas como meteoros
O excesso de realidade esfaqueia meus sentidos
E sangro cuspindo pelos olhos
Refresco as bochechas do acre do mundo
Não limpo o para-brisa
Prefiro assim
Quero assistir a violência com meus faróis
Sem ar-condicionado
E condiciono qualquer hipótese ao frio
Do inferno de uma segunda-feira
As sinapses não param
Nem nos sinais embaçados em vermelho
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