Aviões rasgam o céu
E as torres se desmancham com o tempo
Abu Ghraib do Atacama
Ilocalizável movimento
Ao qual lembramos
Monumentalmente
Nas memórias seletivas do corpo social
Esta história que nos aflige de orgulho e remorso
E que se despe todo dia aos tambores da guerra
Que rufam e marcam
A hora do almoço e da desgraça
de vencer tendo perdido
Uma ideia ou um inimigo
No sono calmo de um inverno de sol
O calor das chamas de Aleppo
E o despertador que te lembra a não sonhar
Que os gritos silenciosos são uma questão de tempo
Até se propagarem ao travesseiro
Até reverberarem à tua porta
Até numa corrente de vento
Não haver quem possa te ouvir
Porque a poeira ainda paira na sala que não ousam entrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário