Afino o pensamento
E o encobrem de cimento
O que me incorre do esgoto
É o tempo que se esgota
E a sola que se perde
Do sapato que separo
E lustro
E oscilo
E alucino
E manifesto
Cada centímetro
A rua está aberta
Do efeito imoral
Que nos condena
E fervo
E grito
E choco
Evoco
E corro
O que corrói este laço
A sombra o poste o asfalto
A multidão e o pedaço
Os buracos da lua no alto
Me lembram que toda paz
É uma mentira que se faz
Do subverso livre do caos
E volto
E chuto
E choro
E gravo
E fito
Revolto
Os cavalos
Domados de medo
E os tapumes
Nas vitrines de vidro
A verdade incorpora
Em estilhaços e fogo
E somos todos a espora
E o transbordar do esgoto.
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