sábado, 29 de junho de 2013

Contagem regressiva

Cansei de recauchutar velhos versos
De extrapolar o ordinário na mesmice
Porque bem no meio do tempo
Bem no umbigo do passado antigo
Eu posso enfiar o dedo e sentir
a cicatriz
do teu amor mal resolvido
da tua origem sem sentido.

Porque no meio do tempo
há o mecanismo por trás do relógio
Uma roda que gira a outra
E a outra, e a outra,
a energia que movimenta
a primeira é uma pilha velha
carcomida de ferrugem
que o tempo não mediu.

O ponteiro é cruel
Ele aponta como eu
O seu umbigo
O tempo que nos resta
Até sermos todos umbigo
Um vazio circunscrito
Que já foi a ponte alimentada por alguém.


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