A poesia precisa
A poesia precisa ser esclarecida
Ungida de luz
Mesmo
Mesmo que a inspiração
Mesmo que a inspiração tenha olhos fechados
Mesmo que a inspiração
Venha a esmo
No semblante da mulher amada
E mesmo que o semblante
Já não seja
A poesia deve ainda vir
Mesmo que a esmo
A inspiração venha ainda sim
No semblante amante da mulher
E mesmo que o ensejo seja assombro
Que venha com vontade
Que venha com devir
A poesia deve ir
Ainda que ilegal ou imoral
A poesia criminosa
Tem o direito de permanecer falada
Até que se dispa de ausência
E venha nua
Atravessando o corredor
No disparate da rua
Seja tomada aos tragos
A poesia precisa
Na medida certa to brilho
Bambar no meio-fio
Ao silvo imóvel dos carros
A poesia precisa
Incumbar-se de poema
Um poema dócil
Mas latente de demônios
Feito o flerte intermitente
Da calada amante noite
Na espera programada do sol
Precisamente então
A palavra inflamada de desejo
Pousará as asas sobre o mundo
O teu poema preciso
A erupção do teu ciso
E toda a solar solidão
Finalmente clara como o Este
A poesia te pegará no colo
Sussurando a rima indecifrável
Até o ermo do sentido
Com toda a imperfeição
De que é preciso
Trair-se com o improviso.
terça-feira, 1 de maio de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
A andorinha
A cynical howl leaves as a mark
The pavement will rise by my trunks
And in the poplar of the Paper City
I'll light a cigarette to hollow the wind
And then
The swallow will fly
As it notices that Diogenes lamp
Turned to a cloudy limelight
That goes infinetelyLooking for the honest man
Who lies still relentless in the darkness.
domingo, 1 de abril de 2012
domingo, 11 de março de 2012
O murro
Ouço
O cheiro
da boca
Tua
Eu te sinto
Oca
Decá
Doutro
lado
Mudo
do mundo
O tato
Ecoa
na Dianteira
distante do fato
Que sou
Sobre
natural
mente
Capaz
de ouvir
O cheiro
da
Tua boca
do outro
lado do muro
do lado do Outro
oMundo
Eu urro
O cheiro
da tua boca
Eu lambo
A música
Datua pele
Ea sede
Que me impele
A beber a tua voz
Da foz
Inebriante
do tempo
Um brinde
E um beijo
nas bochechas
Virtuais
do rosto
Da derme
De vento
Do perfume
Ao osso.
O cheiro
da boca
Tua
Eu te sinto
Oca
Decá
Doutro
lado
Mudo
do mundo
O tato
Ecoa
na Dianteira
distante do fato
Que sou
Sobre
natural
mente
Capaz
de ouvir
O cheiro
da
Tua boca
do outro
lado do muro
do lado do Outro
oMundo
Eu urro
O cheiro
da tua boca
Eu lambo
A música
Datua pele
Ea sede
Que me impele
A beber a tua voz
Da foz
Inebriante
do tempo
Um brinde
E um beijo
nas bochechas
Virtuais
do rosto
Da derme
De vento
Do perfume
Ao osso.
domingo, 4 de março de 2012
O beijo em breu
Dessas inconsequências
De causas perdidas
Encontrei-me dois
No acaso de um lábio
E quando a ribalta sem cor
Na altura casual da dor
Precipitava-me inerte
Com braços abertos
Vi luzir o fim
Como um poente ameno
De cirrus carmim
E no devir dos outros dias
Tua nuca andará por aí
Em outros corpos
E por outros copos
Proclamarei filosofias
Em outros bares pardos de você
Assim os fatos sucederão recessivos
Até que nos esqueçam
Ou que esqueçamos uns aos outros
Na imemorável dança do universo.
De causas perdidas
Encontrei-me dois
No acaso de um lábio
E quando a ribalta sem cor
Na altura casual da dor
Precipitava-me inerte
Com braços abertos
Vi luzir o fim
Como um poente ameno
De cirrus carmim
E no devir dos outros dias
Tua nuca andará por aí
Em outros corpos
E por outros copos
Proclamarei filosofias
Em outros bares pardos de você
Assim os fatos sucederão recessivos
Até que nos esqueçam
Ou que esqueçamos uns aos outros
Na imemorável dança do universo.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Poema em céu azul
Enquanto as nuvens desmoronam
Na esquina do horizonte
Te encontro menina
Na hora marcada do infinito
O atraso de uma vida
E um poema enfeitado de escombros.
Na esquina do horizonte
Te encontro menina
Na hora marcada do infinito
O atraso de uma vida
E um poema enfeitado de escombros.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Náusea
Tenho singrado o sagrado
Ao lado de lá
Sangrado, é verdade
Um sangue túmido
Coagulado
Ao lado de lá
Eu sangro
Eu sigo singrando
Esse mar de sangue
Esse meu sangue de mar
Que sangra diante o sagrado
Que singra o sagrado nas veias
De velas içadas em meu sagrado mar.
Eu sigo o signo torpe da palavra
Numa ressaca de você.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Elegia móvel
Como o tempo, como eu e o vento
Se move em direção a falta
E quando ao fim, a incompletude salta
Sem a força do movimento
Tal qual o ontem é uma miragem movediça,
Não se sente a premissa da viagem
Mas o céu indiferente da partida
Como o vento não curva e o tempo não volta
Eu te amo com a irreversível culpa
De não saber quem fui
De não saber quem sou
Em não saber quando
é que a aurora ensaia o ocaso
E caso falte de dizer o contrário,
Os versos e a vida tem fim
Ainda que não acabem
Se move em direção a falta
E quando ao fim, a incompletude salta
Sem a força do movimento
Tal qual o ontem é uma miragem movediça,
Não se sente a premissa da viagem
Mas o céu indiferente da partida
Como o vento não curva e o tempo não volta
Eu te amo com a irreversível culpa
De não saber quem fui
De não saber quem sou
Em não saber quando
é que a aurora ensaia o ocaso
E caso falte de dizer o contrário,
Os versos e a vida tem fim
Ainda que não acabem
sábado, 24 de dezembro de 2011
O manjedouro
Nas manjedouras desta terra
Nascem cristos disformes
E futuros salvadores
Nas manjedouras desta terra
A virgindade mariana
É um estupro casual
Nas manjedouras desta terra
Os reis magos em seus tronos
Os senhores da guerra
Nas manjedouras desta terra
O gado não tem o que comer
No caminho sem volta, o matadouro.
Nascem cristos disformes
E futuros salvadores
Nas manjedouras desta terra
A virgindade mariana
É um estupro casual
Nas manjedouras desta terra
Os reis magos em seus tronos
Os senhores da guerra
Nas manjedouras desta terra
O gado não tem o que comer
No caminho sem volta, o matadouro.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Amor em prosopopéia
Incomoda-me essa convulsão de ditos
De sorrisos felizes enquadrados
De alegrias matinais
Descompartilho minhas vísceras
E no madrigal da tarde
Cabe o canto dos que não tem voz
Não quero ter razão,
Muito menos ser feliz
Quero afogar o verão
Numa geleira glacial
Quero teus defeitos
Dançando nus num salão em chamas.
De sorrisos felizes enquadrados
De alegrias matinais
Descompartilho minhas vísceras
E no madrigal da tarde
Cabe o canto dos que não tem voz
Não quero ter razão,
Muito menos ser feliz
Quero afogar o verão
Numa geleira glacial
Quero teus defeitos
Dançando nus num salão em chamas.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sinai (ou Os leopardos de Kafka)
Um bocejo improvisado
Cala os que dirão "dissimular"
Selam as faces plácidas
Imurmuravelmente ácidas
E se rezam preces para os deuses mortos
Cabe, então, a mim a espera do juízo derradeiro
Onde os pontífices sacerdotes dos meus templos
Guardarão inescrutáveis banalidades
Com certezas e lamentos dos que tem fé
E no fel do último gesto
Dirão que ressucitei
Quando de fato, apodreci.
Cala os que dirão "dissimular"
Selam as faces plácidas
Imurmuravelmente ácidas
E se rezam preces para os deuses mortos
Cabe, então, a mim a espera do juízo derradeiro
Onde os pontífices sacerdotes dos meus templos
Guardarão inescrutáveis banalidades
Com certezas e lamentos dos que tem fé
E no fel do último gesto
Dirão que ressucitei
Quando de fato, apodreci.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
(Nominado)
Se existe uma cor pra tua voz
É a dos teus olhos
E se existe um sussuro pro olhar
Desaviso 'calma'
Porque sinto a alma nos dedos
Do teu sopro
Transubstancio este cheiro
Que chamam de flor
Defloro o teu nome em verbetes
Sinestésicos
Ahh....
O teu suspiro é a palavra prima
É a dos teus olhos
E se existe um sussuro pro olhar
Desaviso 'calma'
Porque sinto a alma nos dedos
Do teu sopro
Transubstancio este cheiro
Que chamam de flor
Defloro o teu nome em verbetes
Sinestésicos
Ahh....
O teu suspiro é a palavra prima
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
inviolável
Existe um pomo de glória
Sob as banquisas do Ártico
E absolutamente nada ousa interromper sua imanência.
Sob as banquisas do Ártico
E absolutamente nada ousa interromper sua imanência.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Cemi
Este plateau inabitável de mar
Me faz lembrar de quando
Os ossos dos meus dedos
Se arrastavam por você
E aterrisavam nos teus lábios
O pôr dos seios
A saudade é ter-te em parte
Semiter-te
Intacta
Por trás
Me faz lembrar de quando
Os ossos dos meus dedos
Se arrastavam por você
E aterrisavam nos teus lábios
O pôr dos seios
A saudade é ter-te em parte
Semiter-te
Intacta
Por trás
dos beijos
de outros olhos que não são seus.
de outros olhos que não são seus.
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