domingo, 19 de agosto de 2012

Incestologia


Desta beira ocidental
europo-ibérica
Abrandar a violência das vagas atlânticas
O coito natural
Portugal, esse teu lácio
marginal
Infecto
de prosa e profecia
Do oráculo olho de Camões
E da ferrugem acre dos canhões,
Venha pois se desfazer
no chiclete dialético
Da cana,
deitada édipa a cama
Com seu filho pintado brasil
Do vermelho do pau ao singre da nau
Adormecido peito juvenil
Maculado
Pela boca da gente
Pela babel das minorias que te lambem
O continente
Tuas matas mortas
Os contingentes
que te marcam
desse precipício aberto
de mar
que te divide
Nasceste gloriosamente imundo
Fruto da ibéria e da orgia paga pelo o mundo
O filho pródigo,
espelho do pai
Volte feito Ulisses
ao colo do mundo.



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