quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Corrida ( parte I: o passageiro )
Com uma pressa irremediável ele entrou no táxi. Pediu ao motorista ofegante que seguisse o horizonte. E assim o fez sem perguntar. Aquela já era sem qualquer comparação a corrida mais longa que o taxista fizera em sua vida. De olhar obsessivo e inquieto, o passageiro era calado. Coçando a alva barba fitava o caminho com uma atenção maior que a do motorista. Quando não sobrou mais gasolina, número que coubesse no taxímetro ou paciência ao piloto, este parou e disparou que não poderia mais seguir. Disse que era noite e que necessitava repousar. Dando-lhe a quantia ordenada, o passageiro saltou do carro, e do jeito que estava continuou seguindo a estrada enquanto o táxi pegava o primeiro retorno. Em passos largos, era a terceira vez que ele passava por aquela esquina como por tantas outras que havia passado. O mundo se repetia, mas o mundo só é redondo para os fracos. E ele permanecia convicto de que estava indo pra casa.
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ei, eu lembro vagamente disso.. alguma coisa que a gente falou bêbado, nao foi?
ResponderExcluirficou irado
Pesado.
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