quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Secretos

O poste revela ao desatento
O desatino pelo escuro encoberto
O reflexo disforme do cimento
A tábua calma cama dos Sentetos
Desalma o lamento discreto
Gravita ao insólito concreto
Semeia pela noite o terror
A certeza funesta da dor
Que respira pelos esgotos
A entrópica cor do preto
A matéria do infinito engodo
Que nos alimenta a fome
O verme o nome que não ousa
Dizer e que vem do outro lado
Da rua convicta da pena
Que sentenciarão os donos
Dostetos, um tanto indiscretos
Sob a escuridão de um céu
Que não enxergam mas
Que os empurra ao Secreto
A pena final que encerra
O fel, o fato e os fetos

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