teleférica saída
movediça
me arrasto
espacialmente
assistindo-me
no mundo
o influxo
do resto
que passa
me é
a mecânica
no trajeto
ultraje
condenável
ser destemidamente
até
o derradeiro
vértice
indesigno
de um horizonte
tórpido de destino
como o antes
à vista,
o exuberante quadro
do agora sem fim.
quinta-feira, 31 de julho de 2014
terça-feira, 29 de julho de 2014
fidelidade
fui sempre fiel
a única mulher
que se transmuta
em todas.
e sempre
assisti suas traições
com outros
eus inconscientes.
a única mulher
que se transmuta
em todas.
e sempre
assisti suas traições
com outros
eus inconscientes.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
inverno solar
a câmera é a arma do avesso
eterniza ao invés de matar
os olhos
no meio do nada incrementado
se fecham
e tudo se une fragmentado
no acaso
à beira do infinito
à beira mar
o vitral opaco
pedras portuguesas
sustentam o verso
o passo ruma
a próxima província
deparada a paisagem inefável
de uma fotografia
que eternamente aguarda ser revelada
eterniza ao invés de matar
os olhos
no meio do nada incrementado
se fecham
e tudo se une fragmentado
no acaso
à beira do infinito
à beira mar
o vitral opaco
pedras portuguesas
sustentam o verso
o passo ruma
a próxima província
deparada a paisagem inefável
de uma fotografia
que eternamente aguarda ser revelada
quarta-feira, 23 de julho de 2014
tempestade de areia
árida esfinge
que me cerca
a tua presença
sentida na falta
que me faz
e refaz
e que me acerta
de algum lugar
que não existe
em algum lugar
que já não sou
mas que me afeta
e me desperta
de um infinito minguante
o teu estandarte crescente.
que me cerca
a tua presença
sentida na falta
que me faz
e refaz
e que me acerta
de algum lugar
que não existe
em algum lugar
que já não sou
mas que me afeta
e me desperta
de um infinito minguante
o teu estandarte crescente.
monismo
palavra-pedra
atire-me daqui
orbite-me
no monismo absoluto
de sermos
pedra-palavra
em movimento
ou no equilíbrio
que é a espera,
um sempre
lançamento
desatento.
atire-me daqui
orbite-me
no monismo absoluto
de sermos
pedra-palavra
em movimento
ou no equilíbrio
que é a espera,
um sempre
lançamento
desatento.
Epifania (ou semáforo seminal)
Espermatozoides correm
Pela cidade infértil
Uma fortaleza amarela se ergue
imprecisa
O sinal vermelho é total
(por 1 segundo)
Olhe para os lados
E assista a vaguidão
Nos olhos de seus filhos..
Nos olhos de seus filhos..
- O sinal verde
Passe!
O mais rápido que puder,
antes que te cortem pela esquerda.
segunda-feira, 7 de julho de 2014
Poema ditado
Dizem que existe o poema lunar
Intangibilizado no ar.
Dizem que somos o poema solar
Fragmentado no ser.
Dizem que viríamos ter
O poema aberto ao devir.
Dizem que podemos sentir
O poema que não ousam dizer.
Intangibilizado no ar.
Dizem que somos o poema solar
Fragmentado no ser.
Dizem que viríamos ter
O poema aberto ao devir.
Dizem que podemos sentir
O poema que não ousam dizer.
Da escura face da lua
Na face escura da lua
O que se vê?
Será que o céu
É mais estrelado?
Será que eu
Durmo ao seu lado?
Será que da lua
A terra insinua
A solidão que se vê?
Será que flutua
Da face escura da lua
O meu pensamento em você?
O que se vê?
Será que o céu
É mais estrelado?
Será que eu
Durmo ao seu lado?
Será que da lua
A terra insinua
A solidão que se vê?
Será que flutua
Da face escura da lua
O meu pensamento em você?
sábado, 5 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
à lhermu da noite nua
Na noite camuflada
A indecente sensação
De te ver num pulso
Que empunha um cigarro
E a tua sexualização
imagética no simples
sinal da lua
Refratadas nuvens
Aquecem-me
O vento que corta
Antes que me esqueça
Reduzo-me às esquinas
E a contento da noite
Espero que tu passes logo
Pois pra salvar-me
Do dia que vem
Inexoravelmente
A derreter a lua,
Só o que posso
É o que passa
E espero.
A indecente sensação
De te ver num pulso
Que empunha um cigarro
E a tua sexualização
imagética no simples
sinal da lua
Refratadas nuvens
Aquecem-me
O vento que corta
Antes que me esqueça
Reduzo-me às esquinas
E a contento da noite
Espero que tu passes logo
Pois pra salvar-me
Do dia que vem
Inexoravelmente
A derreter a lua,
Só o que posso
É o que passa
E espero.
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