pelas barbas da barbárie
no avesso do verso
vertem prosas
que regam rosas
cujos espinhos sujos
raspam as aspas
que não citam nada
mas que limpam toda
esta sujeira que vive a beira
de ser dita pela boca
de um cabeça-oca que lhe diz
sem medo:
antes cedo do que tarde
ante ao sol que arde
toda solidão que bate
na ideia sem acento
ao relento do sereno
de um miserável sem nome
que escreve a fome
daqueles que sentem
pelos fundos de seus respectivos poços
em seus introspectivos ecos
o grito sedento e seco
de uma voz que não cabe na garganta
e que traduz do pensamento aos ossos
o iletrável sentimento imerso
à tona do papel em branco,
a verdade absoluta do incerto.
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