quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Em perfil

Eu conjuro um olhar que me revele
E no entre-espaço do soslaio
Uma leve brisa me relê
Num verso deste ensaio
No processo de um embalo
Velar um mantra que valha
Feito navalha esmiuçar
Um bisturi pra te abrir
E me encaixar, e me nutrir
Em teu umbigo me prender
Me retroalimentar do teu almoço
E me rever, e me reter
No cisco que te chorar
No pó que te espirrar
No cansaço e no aço de um bocejo
No sal da lágrima
No sol na grama, no pisar
No segredo que espiar
No cigarro que tragar
Eu quero ser
O câncer
E a redenção.

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