Eu converso com o eco
Montanhas são paredes construidas pelo acaso
Ou pela razão ilógica do sistema
Sou o próprio sentido
Do universo que habito
Isso deveria ser fantástico
Ao invés de desesperador
Eu converso com o eco
Montanhas são paredes construidas pelo acaso
Ou pela razão ilógica do sistema
Sou o próprio sentido
Do universo que habito
Isso deveria ser fantástico
Ao invés de desesperador
Respiro
Um espirro
Um esporro
Sofrido
E relaxo
Com o vento
No cabelo
Raspado
Inspiro
A expiração
Nessa máscara
Hermética
E penso
O futuro
As crianças
Sem nome
Digito
Um poema
Sem tema
Um lembrete
Como foto
E o Otto
No ouvido
Escuto
Olvido
De mim
Como sendo
Um vírus
Um ser
Disperso
No universo
Onipresente
Sem deixar
de ser
Também
Um acidente
O orgulho é uma projeção do ego.
Uma sombra, uma névoa do que de fato somos.
Somos apenas o reflexo de tantos afetos que recebemos e reproduzimos.
Somos muito mais os outros do que nós mesmos.
E quanto mais nos esquecemos disso, mais pesados ficamos.
A vida é movimento. Precisamos de leveza pra dançar.
Quando do estomago
Vaga a onda de palavras
Proferidas e que abrem
As feridas escondidas,
Já não resta nada
A que pese consertar.
Tenta-se um drama
Uma falsa promessa
Ou uma prova de amor.
Não resta nada, nada.
Apenas memórias
Delinquentes e
Ululantes como a lua,
E tão distantes como tal.
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Nem um comentário.
Nem 1.
Apenas o rio
Que caudaloso escorre
Porque não poderia ser de outra forma.
Conecto
O côncavo
Ao convexo
A pausa
Ao peso
Reflito
Sobre
O conflito
Do reflexo
A dualidade
Da singularidade
Aceno
Como despeço
-me ao pedaço
Que fui inteiro.
Ouço um verso, e me compadeço aos limites dos sentimentos invisíveis.
Sou feito de pele e palavra. E me dou conta disso depois dessa temporada isolando meus olhos da poesia.
Pelo frio ou pelos lábios treinados dos meus filhos, tenho a singela testemunha do sublime.
Dá-me a vontade de compartilhar e também de dividir ao meio a angústia que é ver passar o tempo e também servir ao seu laboro.
Em cada hábito e cansaço, um milímetro a mais dos finos fios dourados da nuca do Francisco ou dos cílios indecifráveis do Arthur.
Cerco-me agora como um soldado que se espreita na trincheira. Cerco-me de palavras, munido dos sentidos mais atentos. Aguardo vigilante... não sei bem o quê.
Convergem
Ao virgem fim
Ao nada
As infinidades
Possíveis
Do impossível
A passividade
De um asteróide
Deslizando no éter
E a potência
De um novo verso
Vertido no espaço
A ideia como
Forma concreta
A morte disforme
Da fome
E também o amor
Um aluno entra na sala de aula. Só tem ele, e mais de 30 professores que não param de ensinar.. todos ao mesmo tempo.
O aluno acaba sendo expulso de sala por faltar com a atenção.
Os professores continuam ensinando.. todos ao mesmo tempo, até que algum aluno entre novamente na sala de aula.