Ouço um verso, e me compadeço aos limites dos sentimentos invisíveis.
Sou feito de pele e palavra. E me dou conta disso depois dessa temporada isolando meus olhos da poesia.
Pelo frio ou pelos lábios treinados dos meus filhos, tenho a singela testemunha do sublime.
Dá-me a vontade de compartilhar e também de dividir ao meio a angústia que é ver passar o tempo e também servir ao seu laboro.
Em cada hábito e cansaço, um milímetro a mais dos finos fios dourados da nuca do Francisco ou dos cílios indecifráveis do Arthur.
Cerco-me agora como um soldado que se espreita na trincheira. Cerco-me de palavras, munido dos sentidos mais atentos. Aguardo vigilante... não sei bem o quê.
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