domingo, 11 de agosto de 2019

Poema ao pai

Me deparo
Comigo
Num semblante seu
No queixo
E no jeito de olhar o mundo

Me deparo
Comigo
Olhando a mim mesmo
Através de você

Me lembro
De como dilacerei
Um sonho
Quando te pedi
Ainda pequeno
A nunca mais me chamar
De Petico.

O meu maior genocídio.

Me deparo
Com meu futuro
Agora
Nessa lembrança
Imanente
Que aguarda e olha
Dois peticos
Como quem olha a você.

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