Você caminha o passo dos mortais.
Dobra a esquina e se depara com o impossível.
Percebe que ele é mais frequente do que se imagina.
Como um micróbio ou ácaro, vive em colônias em seu travesseiro.
Você acaba por se perceber como sendo alimento do impossível.
Um substrato em que ele contamina e mutila aos poucos.
De repente, o impossível já infectou qualquer perspectiva.
Agora, você está imóvel ou se movimenta em função de sua inércia em relação a ele.
Tudo começou naquela esquina.
E passou então a estar tomado pelo impossível.
É ele quem escreve o texto como um atestado de óbito da ilusão.
Ela que via a pluripotência em cada caminho.
Neste momento, asfixiada pelo impossível.
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