Qual-quê?
Intimidade?
Se dividimos o quarto
O corpo
E a cidade?
Lembro o Horto
E sorvo sorvo
Vadiagem
Torto
E louco louco
À tua imagem
Solto
Verto o vento
De passagem
No quarto
O mole corpo
É a cidade
Na noite
Tropo a torpe
Castidade
Ou o acerto
Turvo
Da vaidade
Que em teu parto
Pôs-te o ovo
A gravidade
Fartei-me
Morto
É a idade..
terça-feira, 30 de julho de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Exprime,
Espreme
Até sair o suco
Até formar os sulcos
Em que corra esse teu rio
Porque chorar é uma forma de sorriso
E o porquê é uma desculpa pro teu cismo.
Até sair o suco
Até formar os sulcos
Em que corra esse teu rio
Porque chorar é uma forma de sorriso
E o porquê é uma desculpa pro teu cismo.
domingo, 21 de julho de 2013
Lição de despedida
Em simulacros, a verdade emerge concatenada.
Pensam o que querem pensar
Vêem o que querem ver
São o que querem ser.
E a dúvida é um espectro do desejo
Que sonhamos com medo.
Iremos todos embora
Deixando nos interstícios
Nossos intestinos.
No éter,
O pesadelo será aquém de estarmos juntos
Se não ousarmos duvidar
De nós mesmos,
Se não ousarmos ser
O que duvidamos..
Pensam o que querem pensar
Vêem o que querem ver
São o que querem ser.
E a dúvida é um espectro do desejo
Que sonhamos com medo.
Iremos todos embora
Deixando nos interstícios
Nossos intestinos.
No éter,
O pesadelo será aquém de estarmos juntos
Se não ousarmos duvidar
De nós mesmos,
Se não ousarmos ser
O que duvidamos..
sábado, 20 de julho de 2013
O ballet no Everest
Dançou ballet no Everest
Mas a escuridão vem como soco
E não havendo coisa a se atentar
A respiração é contada:
Um (inspira)
Dois (expira)
Três (inspira)
Precisa expulsar o frio
Mas só o tem
E o precisa.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Passando
Em um parque abstrato, uma mulher concreta chora. O parque e a mulher existem menos do que o que passa pela sua cabeça. Há algo que passa. E continua. E continua. E continua. E continua. O parque e a mulher permanentemente passam. E continuam.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Lacrimogênese
Eu quero teu peito amostra
Tua pele nua
Desarmada da borracha
Do escudo de plástico
Eu quero teus olhos atentos
lacrimogêmeos
Corpo-a-corpo
E oxigênio
A carne crua
E o pé descalço
E braços
Inalcançadamente abertos
Eu quero te arder
através e por dentro
Tragar o teu suor
E me afundar em teu cheiro
Sem partidos
E sem governos
Eu quero ser
a própria multidão em você.
Tua pele nua
Desarmada da borracha
Do escudo de plástico
Eu quero teus olhos atentos
lacrimogêmeos
Corpo-a-corpo
E oxigênio
A carne crua
E o pé descalço
E braços
Inalcançadamente abertos
Eu quero te arder
através e por dentro
Tragar o teu suor
E me afundar em teu cheiro
Sem partidos
E sem governos
Eu quero ser
a própria multidão em você.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Tríptico grave
um
plano branco
gravado
um
disco negro
gravado
um
braço exposto
gravado
O
livro
O
vinil
A
tatuagem
Olhos
Ouvidos
E
pele
Sintonicamente apurados
Na gravidez de gravarem
A gravidade sentida.
A noite
Ela se sentia anestesiada. Quando saia, ria com os amigos. Mas cada felicidade era trivialmente banal. Gostou quando sentiu o inverno chegando pela água da torneira. O espelho a refletia evasiva. Ela não estava gorda, mas duvidava do próprio reflexo. Uma formiga parecia mais interessante. Não sentia fome, e o mesmo cd não parava de tocar ao fundo. Foi para a sacada e chorou, era o gás lacrimogêneo da Delfim Moreira.
terça-feira, 9 de julho de 2013
Nômade
No teu
reino,
Um entreposto de
incertezas
Mirante do
horizonte
Da clareira no
campo
O céu anoitado
esclarece nímio
Descobertos
vales
A seiva corre
livre
Essência
Há em frondosas
sombras
O discreto
brilho
Contornado do
olhar
Tua selvagem floresta
abriga indomada beleza
O triste mistério
natural
No escuro, o relevo
acidentado
e colinas suaves de
relva
A ameaça das cores
invade
nuvens adormecidas
e revela montes
longínquos
O dia
enrubescido
E o brilho discreto
da sombra
dispersam a leve
brisa
A terra
envolve
E cada fruto
emana
O aroma de sua
história
Os
passos
rumam livres e todo
tempo
É a própria
descoberta
domingo, 7 de julho de 2013
Vertigem
Vi amar
-te
D'uma
janelanua
Vermelhor
o ôco
Azular
o corpo
Solarizar
o osso
Enluarar
a carne
Via ser
-te
Cadenciar
A boca
Silenciar
A face
Vi ater
-te
Libertin
arte toda
Horalizar
O tempo
Sussurrar
Suando
Soarizar
o vento
Verter-me
Em ti
Por ter-te
Em mim
sexta-feira, 5 de julho de 2013
A velha pele
O vento da mudança sopra morno:
A violência é um precedente aberto de desejo.
Somos todos o grito e o lamento,
E o que toma o ar a todos nos sufoca.
O espaço-tempo a todos move e envelhece
Em cada circunstância, a ânsia por afeto
E o desentendimento das mãos de um mesmo corpo.
O flagelo que sustenta o inexorável
São estes ovos de serpente que chocam
E que somos uns aos outros sem saber.
A violência é um precedente aberto de desejo.
Somos todos o grito e o lamento,
E o que toma o ar a todos nos sufoca.
O espaço-tempo a todos move e envelhece
Em cada circunstância, a ânsia por afeto
E o desentendimento das mãos de um mesmo corpo.
O flagelo que sustenta o inexorável
São estes ovos de serpente que chocam
E que somos uns aos outros sem saber.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
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