sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Agouro (Da Troposfera ao Temporal)

Sempre fui núvem pra você
Em seus álbuns e memórias.

Sempre tapei o teu sol
E te anunciei o dilúvio.

Sempre invisível cirrus
ou um cúmulo tormento.

Quando perto de ti,
a neblina
entre você e o mundo.

Sempre inalcançável núvem
Passageira, efêmera núvem.

Mas nunca percebestes que
não era necessário subir
nas mais altas montanhas,
que jamais subira.

Sempre toquei-te nas chuvas de verão
Tornei-te o sol tenro
E afinal, a núvem é o mar transmutado
O rio na forma celeste
Água e ar
Sempre fui flúido.
Nú.
Um ciclo inobservável.

E de que adianta,
se não me guardas no selvagem,
mas numa estação.

A núvem transeunte dissipada no céu.

O destino profetiza o cataclisma
para os que esperam.

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