quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pela ribalta de vidros abertos

Um falso crepúsculo incrusta-se no madrugar da noite. O fitar dos gatos e o silêncio do frio, me refletem os postes o quão alagado é o mar. Acautelo-me horizontescamente pela lua. Já me retomando de oblíquo, os para-brisas e meios-fios me urgem às proporções. E só me vem ao porta-luva as improduções de sempre, dizendo que o inverso perfeito foi a sorte de ter te encontrado sobre o azar de ter existido... Atropeladas epifanias, os quebra-molas me esperam impassíveis conforme minha onipotência é abalada pelo tanque - agora quase cheio. Combustei-me ao longo da auto-estrada, parte de mim sublimou pelo caminho. Mas não deixo de perseguir, intacto, o horizonte, simplesmente por querer-te um dia ao Índico.

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