quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
- to eat or not tweet
- um ou zero,
eis o algoritmo.
- não há tortura
sem sentimento.
- dar-se conta
é a maior generosidade.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
vir
os verbos
terminam com R
o R que encerra
o R que raia
termina com -ar
o verbo falar
o verbo da dor
termina com -er
tal como ser
a raiz deste rio
que risca
é o verbo
o eterno retorno
é a regra corrente
sair é o engano do ir
voltar é a farsa
da revolução.
terminam com R
o R que encerra
o R que raia
termina com -ar
o verbo falar
o verbo da dor
termina com -er
tal como ser
a raiz deste rio
que risca
é o verbo
o eterno retorno
é a regra corrente
sair é o engano do ir
voltar é a farsa
da revolução.
terça-feira, 4 de novembro de 2014
circular
pude num rejunte
refazê-la em fragmentos
um prosaico claro
do que lembro
mas se ao menos
me fugisse uma lembrança sequer
inventaria se quisesse
um vento que despisse
a alvorada a tocar a noite
no entrelábio do crepúsculo
e te tocar -ainda- sem escrúpulos
com o falo imaginário
da palavra
com a fala incendiária
do silêncio.
refazê-la em fragmentos
um prosaico claro
do que lembro
mas se ao menos
me fugisse uma lembrança sequer
inventaria se quisesse
um vento que despisse
a alvorada a tocar a noite
no entrelábio do crepúsculo
e te tocar -ainda- sem escrúpulos
com o falo imaginário
da palavra
com a fala incendiária
do silêncio.
terça-feira, 28 de outubro de 2014
no trono
o plágio é só o ágio
da preguiça
em tempo hábil,
nenhuma propriedade é privada
quando se dá
descarga.
da preguiça
em tempo hábil,
nenhuma propriedade é privada
quando se dá
descarga.
sábado, 18 de outubro de 2014
sabedoria
a barba não significa
senão
o resto morto
que te sai
do rosto
sabedoria
é
ser como um bebê
quanto te nasce
a barba.
senão
o resto morto
que te sai
do rosto
sabedoria
é
ser como um bebê
quanto te nasce
a barba.
terça-feira, 7 de outubro de 2014
Incoerente holístico (ou narciso iconoclasta)
Ó verdadeiro, chame-me de hipócrita
Pois do alto signo da coerência,
Miro o estandarte da sua antípoda
Eis a minha ética, eis a minha sina.
Ó falso, chame-me de justo
Pois do raso espelho que reflete,
Sei que sou tão poça quanto gente,
Eis a minha face, eis a minha mente.
Pois do alto signo da coerência,
Miro o estandarte da sua antípoda
Eis a minha ética, eis a minha sina.
Ó falso, chame-me de justo
Pois do raso espelho que reflete,
Sei que sou tão poça quanto gente,
Eis a minha face, eis a minha mente.
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
sob (re)
um corpo
sob uma pilha de corpos
u m m orto
so b um a pi lha dem ortos
um som
so b uma pilha de sons
uma vo n tade
so b um ap ilha de v ont ades
u ma mulher
s ob uma pilha dem ulher es
um desejo
sobumapilhadedesejos
umahora
sob u m a p i l h a d e t e m p o
uma palavra
sob um texto
um sentido
sob todos
um
sob re
outro.
terça-feira, 23 de setembro de 2014
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
haicai sem sinal
..........................................
(jesus voltou e ninguém viu
não pega 3G na puta que pariu)
(jesus voltou e ninguém viu
não pega 3G na puta que pariu)
domingo, 21 de setembro de 2014
filtro vermelho
do fundo do bar lotado
entre cotovelos brancos
o olhar atilado da mulher
se afixa em sua medula
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela digita algum sinal
indefinido na maça do rosto
apoiado pelas belas mãos
de unhas pretas
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
a mulher não se cansa
e o olhar se mantém
indefectível à sete mesas
e duas doses de distância.
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
"mestre, a última e fecha conta!"
"espera, leva isso pra mesa
do fundo na última esquina
do lado da porta de saída"
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela abre o guardanapo
lê e toma o gole final
o provocante sorriso de soslaio
se prepara para ir embora
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
paixão à primeira vista
única e verdadeira,
se soubesse teu nome,
mandava tatuar
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
entre cotovelos brancos
o olhar atilado da mulher
se afixa em sua medula
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela digita algum sinal
indefinido na maça do rosto
apoiado pelas belas mãos
de unhas pretas
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
a mulher não se cansa
e o olhar se mantém
indefectível à sete mesas
e duas doses de distância.
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
"mestre, a última e fecha conta!"
"espera, leva isso pra mesa
do fundo na última esquina
do lado da porta de saída"
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
ela abre o guardanapo
lê e toma o gole final
o provocante sorriso de soslaio
se prepara para ir embora
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
paixão à primeira vista
única e verdadeira,
se soubesse teu nome,
mandava tatuar
pausa para o cigarro
*meditação à efemeridade*
sábado, 30 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
entropia
in-transitável pensamento
da forma se pode esculpir
uma cratera inexorável em um planeta inóspito
a geografia do teu sentimento -
condenado a condição de existir
o ser é o verbo em movimento
da forma se pode esculpir
uma cratera inexorável em um planeta inóspito
a geografia do teu sentimento -
condenado a condição de existir
o ser é o verbo em movimento
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
diáspora
do outro lado da rua,
um muro pichado:
NÃO COMPORTA AVISO
- para onde você vai?
- porque?
- você vai nos deixar?
- assim sem mais nem menos?
e de malas prontas sai.
depois do sétimo passo, olha para trás.
já não há mais casa
ouvira o alerta dos ataques pelo rádio
o seu passado irredutível
implodido de repente pela artilharia
um tanque se move pela esquina
e já não sabe a quem pedir ajuda.
olha para trás novamente
e sua casa agora está refeita
como um mosaico do que foi
na iminência de desabar
ao mais leve toque.
para,
abre as malas em busca de uma solução.
em meio as roupas empoeiradas,
uma arma e uma bandeira - retorna-os.
acha o que procura.
liga o rádio e espera.
um muro pichado:
NÃO COMPORTA AVISO
AOS QUE SE DEIXAM SEDUZIR
- para onde você vai?
- porque?
- você vai nos deixar?
- assim sem mais nem menos?
e de malas prontas sai.
depois do sétimo passo, olha para trás.
já não há mais casa
ouvira o alerta dos ataques pelo rádio
o seu passado irredutível
implodido de repente pela artilharia
um tanque se move pela esquina
e já não sabe a quem pedir ajuda.
olha para trás novamente
e sua casa agora está refeita
como um mosaico do que foi
na iminência de desabar
ao mais leve toque.
para,
abre as malas em busca de uma solução.
em meio as roupas empoeiradas,
uma arma e uma bandeira - retorna-os.
acha o que procura.
liga o rádio e espera.
domingo, 3 de agosto de 2014
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