quarta-feira, 25 de novembro de 2015

semiose's vol.1

A lama da Samarco
é linda.

sábado, 21 de novembro de 2015

os auto-conselhos vol.2

a coincidência é o acaso brincando de sintonia.

o ritmo é um intervalo consciente.

um homem só precisa de alimento e música pra viver.

a ausência é dar-se conta do desencontro.

nada é irreparável, ainda que nada possa se tornar o que já foi.


domingo, 8 de novembro de 2015

os auto-conselhos vol.1

todo caminho é uma encruzilhada inconsciente.

e pra se pisar na grama, somente de pés descalços.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Camuflagem

Pássaro
Breve

Voe
Leve

Feito
Pluma

Feito
Puma

Que te espera
Sob a Neve.



quarta-feira, 15 de abril de 2015

cadeia

emcada
verdade
dádiva

em
cadafalso
forca

cadarço
àtua
lágrima

cadente
àtua
boca.





segunda-feira, 6 de abril de 2015

periférico

esfera-lua
à absoluta escuridão

de luz
absorta de nada

aluna circunscrita
no tudo

como simula o pernoitar
a amada

como se o seio enluarado
da estrada

fosse a abóboda vista
da estrela

e na curva contínua
o seu cume

mira o nadir despido
de embuste

posto que o vento seja
brisa

tudo é cataclismo
em ti.



sexta-feira, 27 de março de 2015

pos içã o

de dentro da rua
- as veias expostas dessa cidade

tudo soa como uma qu3stão de posicionamento

a geometria dos dedos ao rosto

uma crase que falta

ou uma falta que não deixa de ser

estando em outro lugar

os dentes postos nos lábios 

e a sua pressão milimétrica

como a sexta-feira é um lugar no tempo

após ao meio dia, o fractal perfeito da nuvem que anuncia

a causa é um efeito na posição trocada

a chuva é uma parte de sol

e como o esquecimento não deixa de ser a memória dissolvida

eu lembro através de você que não há lugar errado 

ou estaríamos todos perdidos.


terça-feira, 10 de março de 2015

Da janela

Realça deserto
Que te lança
Da tua trança
Me desperto
O sentimento
Do teu seio
Me refrato
Nos mil beijos
Que flutuam
No penhasco
Dos teus olhos

Mas me alcança
Antes que distante
Pelo dizer, o aroma
De um instante
E cintila na ribalta
Que te espera
E me acalma
Feito as gotas
Que se encontram
E deslizam suicidas
na janela.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

- to eat or not tweet


- um ou zero,
eis o algoritmo.


- não há tortura
sem sentimento.


- dar-se conta
é a maior generosidade.




monolítico

dou-me o presente
no domo recente
do vento

livro o homem breve
da vil tempestade
do tempo






terça-feira, 18 de novembro de 2014

vir

os verbos
terminam com R
o R que encerra
o R que raia

termina com -ar
o verbo falar

o verbo da dor
termina com -er
tal como ser

a raiz deste rio
que risca
é o verbo

o eterno retorno
é a regra corrente

sair é o engano do ir
voltar é a farsa
da revolução.



terça-feira, 4 de novembro de 2014

circular

pude num rejunte
refazê-la em fragmentos
um prosaico claro
do que lembro

mas se ao menos
me fugisse uma lembrança sequer
inventaria se quisesse
um vento que despisse

a alvorada a tocar a noite
no entrelábio do crepúsculo

e te tocar -ainda- sem escrúpulos
com o falo imaginário
da palavra
com a fala incendiária
do silêncio.




terça-feira, 28 de outubro de 2014

no trono

o plágio é só o ágio
da preguiça

em tempo hábil,
nenhuma propriedade é privada

quando se dá
descarga.


sábado, 18 de outubro de 2014

sabedoria

a barba não significa

senão

o resto morto

que te sai

do rosto



sabedoria

é

ser como um bebê

quanto te nasce

a barba.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Incoerente holístico (ou narciso iconoclasta)

Ó verdadeiro, chame-me de hipócrita
Pois do alto signo da coerência,
Miro o estandarte da sua antípoda
Eis a minha ética, eis a minha sina.

Ó falso, chame-me de justo
Pois do raso espelho que reflete,
Sei que sou tão poça quanto gente,
Eis a minha face, eis a minha mente.