Sê inteiro
Todavia
Que passam
Carros
Carregados
de hipóteses.
E numa dessas,
Parado no acostamento,
Um lugar improvável
Se explica para a polícia federal do acaso
Como o flagrante foi parar ali.
Pensei:
Eles querem propina
Um regalo
Um presente
Que os faça lembrar do passado
E esquecer da fatalidade que os aguarda.
Outras hipóteses seguem
Cada qual ao seu tempo
A sua velocidade
Algumas inclusive na contramão
Já são tantas,
Que me parecem
Que a mão contrária é a minha
Seria eu
Uma hipótese evidente
Uma evidência impossível
Uma impossibilidade hipotética?
Ou apenas o eixo
A estrada pela qual escorre
O trânsito indecifrável?
Sigo a reboque
Até o fim da linha.