quarta-feira, 27 de julho de 2011

caninos definitivos

seremos sempre o último resquício de coléra por debaixo dos escombros da obediência.




e imolaremos a humanidade, no fio da navalha.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Revés


Ao causo de um esbarro por aí

Feito de matéria-prima do mundo,


Venho por meio deste esclarecer:


Como o calar se torna grito;


Como desperto minha ascendência

Feito último efeito da causa primeira;


Como quando me disseram que as ilhas não flutuavam,

E toda liberdade naufragou em solidão.


(...)


num encontro fortuito

saiba que não sou senão as palavras virtuais esquecidas

nas paranóias ordinárias do mundo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

domingo, 3 de julho de 2011

King Kong

Havemos de falar das coisas como são:
Um corpo sempre silva antes do encontro com o chão.
o atrito com o ar é o magnum opus do Desespero..


enquanto todo domingo é Cinza

A Arte é pouco,

o último vínculo com a vida, - chamam por aí - destruição.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Meterologia

Quero apalpar teu erotismo úmido
Circunscrever tuas curvas com o cenho
Desfacelar de amor até o regenerar das pétalas
Até que tudo acalente no inverno
E refresque ao sol
Todas mulheres numa só
Incompleta como o tempo
Temporal como o céu
Teu gosto de chuva.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ícaro - pt.2 - método

- Não se prova a realidade por hipóteses e teorias.

A vida se prova com a língua.

(Em contraprova:
a prova de amor é o seu atestado de morte.)

domingo, 22 de maio de 2011

Un bouquet par un boquete

Farfalho as flores no teu dorso,
felina.

Ao fogo as favas da tradição:

Fecho éclair:

Meu falo em tua fala.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ícaro - pt1. - revolução

Foda-se a guerra
O homem morre dentro de si

Foda-se a poesia
A palavra vive dentro da língua

Foda-se o amor
O amor é a revolução de dentro dos olhos

terça-feira, 26 de abril de 2011

der Traum

Feito filme mudo
O toque incólume
Dos dentes sobre os lábios
Friccionantes
Um café expressionista
Pra gente rastejar de saudade.

domingo, 17 de abril de 2011

Transição

Na desconstrução civil dos teus ossos

O pesadelo leve de uma brisa de verão

Que anuncia a putrefação das flores

E a gravidade abismal do outono ...


- A estação da morte,

transa e transparência.

sábado, 16 de abril de 2011

iluso



Antes o fado que a fada.
Antes o fardo que a farda.

sábado, 9 de abril de 2011

lobotoscópio:

Na raíz do cérebro
Entre os vincos da córtex

A alma pulsa

A alma pulsa.

domingo, 3 de abril de 2011

Paisagem

No meio de todas constelações
Do sublime vazio das relações

No meio das auroras boreais
Da anatomia dos belos animais

No meio dos extremos da vida
Nas esquinas das ruas sem saída

No meio do zero e dos bilhões
Entre a solitude e os foliões

No meio de tudo isso
Obrigado por ter me percebido

Obrigado por ter fugido
Como todas as coisas as quais
Permaneço difuso

Como em você
Como você e todo o resto
Em todas as coisas.

sábado, 2 de abril de 2011

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b asquiático.

terça-feira, 29 de março de 2011

involtável

não me durmo
Um relento moribundo
pra viver-me
somente sendo
Um iconoclasta da saudade

vivo-me inconsciente tua imagem

.a.coincidência.incipiente.

apócrifa
relegante ao pó
sem vestígio ou grafia

um fóssil insólito
subjético

Nas sonâmbulâncias dessas noites

minha sirene, teus olhos invisíveis

como foram na insípida inconsequência de conjurar o fim no primeiro e -não menos derradeiro- beijo. ladeira

abaixo

ainda me lembro sarjeticamente, que me deixei ali
sem nunca poder voltar a me encontrar.