Suponho
O subreptício,
Sobrepondo
Cada subversão.
Sou como
A semente,
O acúmulo
Do que sobrou.
No interím
Entre o resto
E a floresta.
logo ergo sum
Suponho
O subreptício,
Sobrepondo
Cada subversão.
Sou como
A semente,
O acúmulo
Do que sobrou.
No interím
Entre o resto
E a floresta.
Por um acaso
Feito.
Em todo caso,
Foi-se
O que me fez.
Fiz pouco
Disso
Como sempre
Faço.
Um tanto
Dito
Sem qualquer
Lastro.
Fiz
Desfeita
Feito
Quem faz festa
Com a fita
Do que se desfez.
Sou desafeto
Do feitiço,
Mas desato
Os meus sapatos
Pra sentir
O asfalto.
Subo
Ao cadafalso.
E me põem
A toca
Como
Me vestindo
A roupa.
Vendi-me ao Fausto
Por um segundo
Pra ver o mundo
Depois
De morto
À forca.
Morte -
Face bruta da saudade -
Lenta ou súbita -
Sempre um corte -
O despertar
Do sonho da realidade -
Remissão
Sem remetente
Destino
Sem destinatário -
Somos discípulos do ausente
In memoriam do inevitável.
A planta baixa
O plano
O imóvel
E a inflação
O papel no cartório
A carteira
E o velório
A caneta
E a rubrica
Tudo circunscrito
E detalhado
Tudo se explica
O procurador
O crime
E o julgado
O ofício
Datilografado:
Papéis
Físicos ou digitalizados
Jamais capazes
De explicar
O inexplicado
Enquanto isso,
Lá fora os coiotes
Uivam de fome.
The stick was not there.
The storm or a kid moved it away.
Or slightly the wind.
Or maybe all the effects altogether.
Or I forgot in which tree and each branch.
Or I missed the park.
Or even the park never existed in the first place.
All was part of my obsessive way to build, some kind of meaning out of this deaf society.
Something to grasp in the middle of the storm.
Something to stick with while everything is vanishing slowly in the grains of time.
The grip slowly fades.. the twig once part of a tree sets its own path.. then a toy in a dream... now a shapeless memory transmuted in words.. that no one reads.
There's no much pleasure
In these days.
But yet I left a stick on a top of a tree
In a park.
Got there again, 3 weeks after
And there it was.
A special stick, an immaginary magical wand,
The sharpest mythological sword,
The scythe of a god.
A branch from a tree.
Dettached and disguised in its own.
Hiding in the clearest and sober place
A naked tree in the middle of the park
In the center of the obvious chaos.
There it was again.
My gift to myself
My selfless self embodied in
A 4 year old boy.
Nessa ilha,
Conheci um senhor chinês.
Educado, simples e com um profundo cheiro de fumo. Pensei o quanto aquele homem já contemplou a sua própria solidão enquanto fumava seu cigarro. Sem filtro suponho.
Depois de um breve silêncio, ele compartilhou a tela do seu celular - a tradução do que queria me dizer.
Sim, meus filhos gostam de cachorro. - respondi em inglês.
Ele buscou então seu "Angel". Não saberia dizer a raça pois não sei nada de cachorros. Mas pra mim, um lobo branco, dócil e doce que uivava quando não via seu dono.
Seu dono, o senhor chinês, vivia 15 anos em um país que não o entendia.
Seu cão passou 15 min sozinho no carro. Uivando em vão.
No fundo, eles nunca se entenderam. No entanto, não podem viver um sem o outro.