Iludido pelo tédio, olhava o teto como quem olha para o ceu tentando encontrar uma nuvem que lhe fosse familiar. Mas atraves do teto, a névoa completa, e através da nevoa o ceu azul, e atraves da refração da luz na atmosfera, o vazio contornando a distância das estrelas. Suspirou aliviando o universo de ter chegado até ali. E desligou num sopro a dinâmica silenciosa da continuidade.
ideorama
logo ergo sum
terça-feira, 2 de dezembro de 2025
quarta-feira, 15 de outubro de 2025
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Meio
Suponho
O subreptício,
Sobrepondo
Cada subversão.
Sou como
A semente,
O acúmulo
Do que sobrou.
No interim
Entre o resto
E a floresta.
terça-feira, 30 de setembro de 2025
Execução
Por um acaso
Feito.
Em todo caso,
Foi-se
O que me fez.
Fiz pouco
Disso
Como sempre
Faço.
Um tanto
Dito
Sem qualquer
Lastro.
Fiz
Desfeita
Feito
Quem faz festa
Com a fita
Do que se desfez.
Sou desafeto
Do feitiço,
Mas desato
Os meus sapatos
Pra sentir
O asfalto.
Subo
Ao cadafalso.
E me põem
A toca
Como
Me vestindo
A roupa.
Vendi-me ao Fausto
Por um segundo
Pra ver o mundo
Depois
De morto
À forca.
terça-feira, 29 de julho de 2025
LA
terça-feira, 22 de julho de 2025
Obituário
Morte -
Face bruta da saudade -
Lenta ou súbita -
Sempre um corte -
O despertar
Do sonho da realidade -
Remissão
Sem remetente
Destino
Sem destinatário -
Somos discípulos do ausente
In memoriam do inevitável.
quarta-feira, 2 de abril de 2025
O rio mítico
segunda-feira, 31 de março de 2025
Espresso
domingo, 27 de outubro de 2024
Datilografia
A planta baixa
O plano
O imóvel
E a inflação
O papel no cartório
A carteira
E o velório
A caneta
E a rubrica
Tudo circunscrito
E detalhado
Tudo se explica
O procurador
O crime
E o julgado
O ofício
Datilografado:
Papéis
Físicos ou digitalizados
Jamais capazes
De explicar
O inexplicado
Enquanto isso,
Lá fora os coiotes
Uivam de fome.
domingo, 25 de agosto de 2024
quinta-feira, 22 de agosto de 2024
domingo, 26 de maio de 2024
Vasos comunicantes
sábado, 4 de maio de 2024
The branch and the blow
The stick was not there.
The storm or a kid moved it away.
Or slightly the wind.
Or maybe all the effects altogether.
Or I forgot in which tree and each branch.
Or I missed the park.
Or even the park never existed in the first place.
All was part of my obsessive way to build, some kind of meaning out of this deaf society.
Something to grasp in the middle of the storm.
Something to stick with while everything is vanishing slowly in the grains of time.
The grip slowly fades.. the twig once part of a tree sets its own path.. then a toy in a dream... now a shapeless memory transmuted in words.. that no one reads.
sexta-feira, 22 de março de 2024
A poem to pisces
The branch
There's no much pleasure
In these days.
But yet I left a stick on a top of a tree
In a park.
Got there again, 3 weeks after
And there it was.
A special stick, an immaginary magical wand,
The sharpest mythological sword,
The scythe of a god.
A branch from a tree.
Dettached and disguised in its own.
Hiding in the clearest and soberest place
A naked tree in the middle of the park
At the epicenter of the city
At the heart of the ordinary darkness -
There it was again.
My gift to myself
My selfless self embodied
As a 4 year old boy -
My own broken omnipotent branch.